segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bento XVI: uma vida intensa, rica de boas obras

 

 
Palavras ao introduzir a oração do Angelus este domingo em Castel Gandolfo

ROMA, domingo, 8 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Ao meio-dia deste domingo, o Papa rezou o Angelus com os peregrinos reunidos no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo. Estas foram suas palavras ao introduzir a oração mariana.
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Caros irmãos e irmãs, na passagem evangélica deste domingo, prossegue o discurso de Jesus aos discípulos sobre o valor da pessoa aos olhos de Deus e sobre a inutilidade das preocupações terrenas. Não se trata de um elogio ao desinteresse. Escutando o convite tranquilizador de Jesus, “Não tenhas medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12, 32), o nosso coração abre-se a uma esperança que ilumina e anima a existência concreta: temos a certeza de que “o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova.” (Enc. Spe Salvi, 2).

Como lemos na passagem da Carta aos Hebreus na Liturgia de hoje, Abraão avança com coração confiante na esperança que Deus lhe abre: a promessa de uma terra e de uma “descendência numerosa” e parte “sem saber para onde iria”, confiando apenas em Deus (cf. 11, 8-12).

E Jesus, no Evangelho de hoje – através das três parábolas – ilustra como a expectativa da plenitude da “beata esperança”, a sua vinda, deve incentivar ainda mais a uma vida intensa, rica de boas obras: “Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói” (Lc 12, 33). É um convite a usar as coisas sem egoísmo, sede de poder ou domínio, mas segundo a lógica de Deus, a lógica da atenção ao outro, a lógica do amor: como escreve sinteticamente Romano Guardini, “na forma de uma relação: a partir de Deus, em vista de Deus’ (Accettare se stessi, Brescia 1992, 44).
A esse respeito, desejo chamar a atenção sobre alguns santos que celebramos esta semana e que souberam viver a sua vida a partir de Deus e em vista de Deus. Hoje recordamos São Domingos de Gusmão, fundador, no século XIII, da Ordem Dominicana, que desempenha a missão de educar a sociedade sobre a verdade de fé, preparando-a com o estudo e a oração. Na mesma época Santa Clara de Assis – de quem faremos memória na quarta-feira –, que, dando prosseguimento à obra franciscana, fundou a Ordem das Clarissas. Recordaremos a 10 de agosto o santo diácono Lourenço, mártir do III século, cujas relíquias são veneradas em Roma na Basílica de São Lourenço Fora dos Muros. Finalmente, faremos memória de dois outros mártires do século XX que partilharam o mesmo destino em Auschwitz. A 9 de agosto recordaremos a santa carmelita Teresa Benedita da Cruz, Edith Stein, e no dia 14 o padre franciscano Maximiliano Maria Kolbe, fundador da Milícia de Maria Imaculada. Ambos atravessaram o obscuro período da Segunda Guerra Mundial, sem nunca perder de vista a esperança, o Deus da vida e do amor.
Confiemos no sustento materno da Virgem Maria, Rainha dos Santos, que amorosamente compartilha a nossa peregrinação. A Ela dirigimos nossa oração.
[Traduzido por ZENIT
© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana]







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