sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Papa aprova uma canonização e quinze beatificações

Entre elas, a da brasileira Irmã Dulce e da portuguesa Madre Maria Clara

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) - Bento XVI aprovou hoje os decretos de reconhecimento dos milagres, martírio e virtudes heroicas de um beato e 15 servos de Deus, após uma audiência concedida ao prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato.

Entre eles, estão a portuguesa Maria Clara do Menino Jesus (1843-1899) e a brasileira Irmã Dulce (1914-1992). Também foi aprovado o martírio de um sacerdote alemão que morreu em Dachau, assim como as virtudes heroicas de um religioso melquita libanês.

Milagres:

- Beato Guido Maria Conforti, italiano, nascido em Ravadese (1865) e falecido em Parma (1931), arcebispo de Parma e fundador da Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as Missõe Estrangeiras.

- Servo de Deus Francesco Paleari, italiano, nascido em Pogliano Milanese (1863) e falecido em Turim (1939), sacerdote do Instituto Cottolengo.

- Serva de Deus Ana María Janer Anglarill, espanhola, nascida em Cervera (1800) e falecida em Talarn (1885), fundadora do Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell.

- Serva de Deus Maria Clara do Menino Jesus (Libânia do Carmo Galvão Meixa De Moura Telles e Albuquerque), portuguesa, nascida em Amadora (1843) e falecida em Lisboa (1899), fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

- Serva de Deus Dulce (Maria Rita Lopes Pontes), brasileira, nascida e falecida em São Salvador da Bahia (1914-1992), irmã professa da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

Martírio:

- Servo de Deus Alois Andritzki, alemão, nascido em Radibor (1914) e falecido no campo de concentração de Dachau (1943), sacerdote diocesano.

- Servos de Deus José Nadal y Guiu, espanhol, nascido em Bell-lloc (1911), e José Jordão y Blecua, espanhol, nascido em Azlor (1906), falecidos em Monzon, durante a perseguição religiosa (1936), sacerdotes diocesanos.

- Servo de Deus Antonio (Miguel Faúndez López), espanhol, nascido em La Hiniesta (1907), e Buenaventura (Baltasar Mariano Martínez Muñoz), espanhol, nascido em Santa Cruz (1912), sacerdote e clérigo, respectivamente, da Ordem dos Frades Menores, além de Pedro Sanchez Barba, espanhol, nascido em Llano de Brujas (1895) e Fulgencio Martínez García, espanhol, nascido em Ribera de Molina (1911), ambos párocos, sacerdotes da Ordem Terceira Secular de São Francisco de
Assis, falecidos todos em Múrcia durante a perseguição religiosa de 1936;

Virtudes heroicas:

- Servo de Deus Antonio Palladino, italiano, nascido e falecido em Cerignola (1881-1926), sacerdote diocesano e fundador da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Sacramento.

- Servo de Deus Béchara ( Selim Abou-Mourad), libanês, nascido em Zahlé (1853) e falecido em Saïda (1930), sacerdote da Ordem Basiliana do Santíssimo Salvador dos Melquitas.

- Serva de Deus Maria Elisa Andreoli, italiana, nascida em Agugliaro (1861) e falecida em Rovigo (1935), fundadora da Congregação das Servas de Maria Reparadoras.

- Serva de Deus María Pilar del Sagrado Corazón (María Pilar Solsona Lambán), espanhola, nascida em Zaragoza (1881) e falecida em Logroño (1966), religiosa professa do Instituto das Filhas de Maria Religiosas das Escolas Pias.
.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Advento é proposta para a vida, diz cardeal

 


 
Deus "entra em nossa história e caminha conosco


SÃO PAULO, quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 (ZENIT.org) – O Advento “não é um tempo passageiro, mas é uma proposta para ser vivida ao longo de toda a vida”, afirma o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer.

Em artigo na edição desta semana do jornal O São Paulo, Dom Odilo destaca que já no primeiro domingo do Advento, São Paulo recorda: “já é hora de acordar! A noite vai adiantada e o dia se aproxima; por isso, deixemos de lado as obras das trevas, que são todas as obras desonestas e corruptas, e revistamo-nos de Cristo Jesus”.

“Sim – prossegue o arcebispo –, porque Cristo é a imagem perfeita do ‘homem novo’ que somos chamados a ser, a seu exemplo.”

O risco, segundo o cardeal, é passar a vida inteira “distraí-dos”, “sem nos preocuparmos com nada e só pensando em desfrutar todo gozo que a vida é capaz de nos proporcionar”.

“Daí o chamado à vigilância, como atitude atenta para não tomar caminhos errados na vida, ou a não tropeçar e cair; ou ainda, os encorajamentos a caminhar, a não desanimar, a produzir frutos de obras boas ao longo da vida, sem se cansar.”

De acordo com o cardeal, a Liturgia do Advento também fala do julgamento de Deus: “o Filho de Deus, um dia, virá como Juiz e Senhor da História, revestido de poder e glória, e todos deveremos prestar contas de nossa vida”.

“A árvore que não deu fruto bom será cortada e jogada ao fogo. E, enquanto o trigo será recolhido no celeiro de Deus, o céu, a palha improdutiva será queimada (cf Mt 3, 1-12). As palavras de São João Batista, no 2º Domingo do Advento, não deixam dúvidas!”, comenta o arcebispo.

“Mas não entendamos mal. O Advento não é um tempo de terror; pelo contrário, é marcado pela alegre esperança e a certeza da bondade e da misericórdia de Deus”, explica.

“Deus tanto amou o mundo, que lhe enviou seu Filho único, para que todo o que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna!”, cita o cardeal.

O Advento, portanto – afirma Dom Odilo –, não é um tempo passageiro. É “uma proposta para ser vivida ao longo de toda a vida”. “De fato, ele nos fala dos grandes mistérios da existência e joga um facho de luz e esperança sobre a vida”.

“Não existimos à-toa e sem ter rumo; se para alguns filósofos a vida humana é absurda, por estar cheia de sonhos impossíveis, nós percebemos que não é assim; mas não somos nós a resposta última para os nossos sonhos: é Deus que entra em nossa história e caminha conosco, apontando-nos o rumo certo”, afirma o cardeal.

De fato – prossegue Dom Odilo –, “nós vivemos em contínuo estado de Advento, à espera dos novos céus e da nova terra que Deus prepara para aqueles que o amam”.

.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O tempo do advento e suas características

ADVENTO E SUAS CARCTERÍSTICAS

José

Ficheiro:Saint Joseph with the Infant Jesus by Guido Reni, c 1635.jpg
Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".
José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.

A CELEBRAÇÃO DO ADVENTO
O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.
 Os paramentos litúrgicos(casula, estola, dalmática, pluvial, cíngulo, etc) são de cor roxa, bem como o véu que recobre o ambão, a bolsa do corporal e o véu do cálice; como sinal de recolhimento e conversão em preparação para a festa do Natal. A única exceção é o terceiro domingo do Advento, Domingo Gaudete ou da Alegria, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do Salvador que está bem próxima. Também os altares são ornados com rosas cor-de-rosa. O nome de Domingo Gaudete refere-se à primeira palavra do intróito deste dia, que é tirado da segunda leitura que diz: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto"(Fl 4, 4). Também é chamado "Domingo mediano", por marcar a metade do Tempo do Advento, tendo anologia com o quarto domingo do Tempo da Quaresma, chamado Laetare.

SÍMBOLO DO ADVENTO
Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser, colocada ao lado do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo, brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

A COROA DO ADVENTO
Hoje, na Alemanha, a Coroa de Advento está dentro de Igrejas, de escolas e até de residências particulares. É impossível se imaginar os festejos de Advento sem a presença da referida e suas quatro velas queimando durante os 24 dias. Pois andei pesquisando a respeito. A Coroa de Advento não é antiga. Ela foi concebida em Hamburgo, há mais de cem anos. Havia muitas crianças órfãs naquela cidade portuária. Meninas e meninos sem teto que perambulavam pelas ruas pedindo esmolas. Conhecemos este “filme”.
As coisas não precisam ser sempre assim. Um pastor evangélico luterano morava naquela cidade. Seu coração pulsava por aquelas meninas e por aqueles meninos “sem eira nem beira”. Mexe daqui, puxa dali, ele construiu uma enorme casa onde passou a abrigar o máximo possível de crianças de rua. Naquela casa o povo miúdo tinha espaço para dormir e fazer suas refeições. Mais do que isso: tinha a chance de aprender uma profissão. Muitos saíram dali formados como sapateiros, desenhistas, costureiras e até jardineiros. A idéia era que, assim, não precisariam mais perambular pelas ruas pedindo esmolas, uma vez que juntavam seus próprios dinheiros a partir do suor do seu rosto.
Foi assim que, em 1833, nasceu a “Rauhes Haus” (Casa Rústica). O pastor visionário chamava-se Johann Heinrich Wichern (*1808 +1881). Todo ano ele celebrava o tempo de Advento com meditações, cânticos e reflexões que enfocavam este tempo bonito que antecede o Natal. Para contextualizar aqueles momentos o pastor Wichern pendurou uma roda velha, dessas que ainda hoje se vê em carroças, no teto na “Casa” que dirigia. No primeiro domingo de Advento colocou a primeira grande vela a queimar sobre a roda. Depois, nos seis dias seguintes, seis velas pequenas. Daí, no segundo domingo de Advento, novamente a segunda vela grande... Um dia antes do Natal queimavam 24 velas referida roda.
Corria o ano de 1840. As meninas e os meninos que moravam na referida casa gostavam muito daqueles encontros. A roda ia iluminando mais e mais a sala, a medida que o Natal se aproximava. Cada vela tinha o seu significado. Foram eles, as meninas e os meninos, que “batizaram” aquele tempo de “Meditação das Velas”. Passaram-se dois anos e aquela pequena Comunidade decidiu enfeitar a roda iluminada com ramos de pinheiro (sinal de vida). Foi assim que nasceu a primeira Coroa de Advento dentro da Igreja Luterana.
Muitas pessoas que visitavam a “Rauhes Haus” achavam aquele símbolo muito significativo. Como nas suas moradias particulares não havia muito espaço para uma Coroa de Advento com 24 velas, optaram por uma menor com quatro, uma para cada domingo. Viva o Advento, esse tempo no qual nos preparamos para receber a visita que vem: Jesus Cristo!

A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

A forma circular

O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma idéia de “elo”, de união entre Deus e as pessoas, como uma grande “Aliança”.

As ramas verdes

Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. Bênçãos que nos foram derramadas pelo Senhor Jesus, em sua primeira vinda entre nós, e que agora, com esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na sua segunda e definitiva volta. O ramos dos pinheiros permanecem verdes apesar dos rigorosos invernos, assim como os cristãos devem manter fé e a esparança apesar das tribulações da vida. kevin willian

A fita vermelha

A fita e o laço vermelho que envolvem a grinalda simbolizam o Amor de Deus ou o próprio Espírito Santo a embalar toda criação que é remida com a chegada de Jesus.

As bolas

As bolas simbolizam os frutos do Espírito Santo que brotam no coração de cada cristão.

As quatro velas

As quatro velas da coroa simbolizam, cada uma delas, uma das quatro semanas do Advento. No início, vemos nossa coroa sem luz e sem brilho. Nos recorda a experiência de escuridão do pecado. A medida em que se vai aproximando o Natal, vamos ao passo das semanas do Advento, acendendo uma a uma as quatro velas representando assim a chegada, em meio de nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, quem dissipa toda escuridão, trazendo aos nossos corações a reconciliação tão esperada. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e dos outros Patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador.
As cores das velas do Advento são
Roxa, Roxa, Rosa e Roxa, podendo também serem adotadas velas com as seguintes cores: Roxa, Vermelha, Rosa e Verde ou até também Roxa Escura, Roxa Clara, Rosa e Branca.
Geralmente na Igreja Católica a cor das velas segue a cor das vestes litúrgicas do sacerdote[1], sendo assim, a cor roxa é usada no primeiro, segundo e quarto domingos do Advento simbolizando a conversão e penitência e, a cor rosa no terceiro domingo (Gaudete) simbolizando a alegria em meio à espectativa da chegada de Jesus.


.

Papa expressa solidariedade à Igreja no Rio de Janeiro

   
Violência no contexto do confronto entre policiais e grupos de traficantes nas favelas
ROMA, segunda-feira, 29 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI expressou sua solidariedade à Igreja e à população do Rio de Janeiro, diante do quadro de violência que assolou a cidade nos últimos dias, quando forças policiais e do exército enfrentaram grupos de traficantes em comunidades pobres.
 
Segundo informa a arquidiocese do Rio, na manhã desse domingo, o arcebispo Dom Orani João Tempesta recebeu um fax do núncio apostólico, Dom Lourenzo Baldisseri, transmitindo solidariedade do Papa.

O Santo Padre afirma que segue “com profunda mágoa os graves enfrentamentos e as violências destes dias no Rio de Janeiro, particularmente na comunidade ‘Vila Cruzeiro’".

O Papa assegura “a sua oração pelos mortos, como também pelas suas famílias, e pede aos responsáveis que ponham fim às desordens, enquanto os encoraja restabelecerem o respeito da Lei e do Bem Comum”.

O arcebispo do Rio de Janeiro afirmou a Radio Vaticano nesta segunda-feira que a cidade acolheu com agradecimento às palavras de apoio do Papa.

Segundo Dom Orani, agora que as forças de segurança ocuparam duas áreas difíceis e que antes eram dominadas pelo narcotráfico – Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão – a situação é mais tranquila.

O arcebispo afirmou que Igreja está próxima das pessoas que sofrem pela violência nessas regiões pobres. “Há padres e comunidades da Igreja que trabalham sempre pela evangelização. A Igreja é muito presente e próxima do povo”, disse.

Nesses dias de violência no Rio, em que a polícia e o exército avançam sobre territórios dominados por grupos de traficantes, ao menos 40 pessoas morreram nos confrontos, e 181 veículos foram queimados.



.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Igreja no Rio de Janeiro reza pelo fim da violência

Igreja no Rio de Janeiro reza pelo fim da
violência
Arcebispo preside vigília eucarística na noite deste sábado
RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 26 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Diante
do quadro de violência no Rio de Janeiro, a Igreja local, neste sábado, dia 27,
vai apresentar a Deus seu clamor pela paz na cidade.
Nos últimos seis dias, o Rio já soma 41 mortos [dado desta sexta-feira], no
contexto de uma onda de ataques criminosos e a contrapartida da polícia e dos
militares. 96 veículos foram queimados desde o domingo.

Segundo informa a arquidiocese do Rio, o arcebispo Dom Orani João Tempesta
presidirá, das 22h até meia-noite, um momento de oração diante de Jesus
Eucarístico.
A Rádio Catedral FM 106,7 transmitirá ao vivo esse tempo de intercessão, que
reunirá todas as comunidades da arquidiocese junto de seu pastor para pedir a
intervenção de Deus para que cesse a violência no Estado.

A intenção é
reunir os fiéis pelas ondas da Rádio para que, em suas comunidades de origem –
onde os sacerdotes encerrarão o encontro dando bênçãos com o Santíssimo
Sacramento – ou mesmo em suas casas, todos façam das duas horas de oração um
intenso momento de intercessão pelo Rio de Janeiro.
Em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira, Dom Orani afirma que a
arquidiocese do Rio “se une a todos os que passam pela tribulação e sofrem pelas
atuais inseguranças e dificuldades”.

“Sabemos que é necessário buscar o desenvolvimento social, o equilíbrio
cultural e fazer brotar valores dentro do coração humano. Sonhamos com um mundo
novo e temos certeza de que, com a graça de Deus, poderemos ir
construindo-o.”

Por isso – prossegue o arcebispo –, “é necessário, mais
uma vez, falar de Paz”. “É preciso, mais uma vez, fazer nascer nos corações de
todos os homens e mulheres de nossa querida cidade o anseio mais profundo de
todos os seres humanos: Paz”.

“É preciso que se ouça novamente na terra o
grito, o forte clamor aos homens de boa vontade”, afirma Dom Orani.

O arcebispo assinala que com o Advento, que se inicia agora “como tempo de
esperança”, e prepara para a próxima celebração do Natal de Jesus, “vem-nos o
forte clamor do senhor Deus pela voz do anjo que nos anuncia o nascimento do
Príncipe da Paz”.

“Precisamos ser homens e mulheres de esperança, que
acolhem a mensagem que nos chega da gruta de Belém: Deus ama todos os homens e
mulheres da Terra e lhes dá a esperança de um tempo novo, um tempo de paz.”

“Acolhido no mais íntimo do coração, esse Amor, que nos reconcilia
com Deus e com o próximo, faz nascer a Esperança da Paz. Ele torna também
possível a reconciliação, para que a Igreja, como alma desta cidade, anuncie e
testemunhe a alegre esperança de olhar para o futuro com confiança”, afirma Dom Orani.

O arcebispo roga a Deus que “ilumine a todos na busca da Paz para
o nosso querido povo desta cidade maravilhosa, para que o seja ainda mais. Que o
Senhor nos abençoe e nos guarde e faça reinar a paz em nossas fronteiras”.
(Alexandre Ribeiro)





terça-feira, 23 de novembro de 2010

Papa reafirma sua confiança nos novos cardeais

E lhes recomenda “escutar as distintas vozes” na Igreja


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Um cardeal não deve preocupar-se somente com sua Igreja particular, mas deve saber ampliar seu olhar a toda a Igreja universal. Foi a recomendação do Papa Bento XVI aos novos cardeais, recebidos em audiência ontem, junto com seus familiares e acompanhantes na Sala Paulo VI.


Numa mostra de afeto e apoio, Bento XVI quis saudar os 24 novos purpurados em seus respectivos idiomas, afirmando sua confiança neles e no trabalho que desempenharão a partir de agora.

“Confio muito em vocês, na sua oração e na sua preciosa ajuda”, disse o Papa, animando-os a seguir o “exemplo luminoso dos santos cardeais, intrépidos servidores da Igreja que, ao longo dos séculos, deram glória a Deus com o exercício heróico das virtudes e a tenaz fidelidade ao Evangelho”.

Invocando sobre eles a mártir Santa Cecília, cuja festa se celebrava ontem, relembrou seu compromisso “de ser atentos ouvintes das diversas vozes da Igreja, para tornar mais profunda a unidade dos corações”.

Aos cardeais italianos, cuja maioria já é membro da Cúria Romana, exortou a “perseverar fielmente em suas respectivas tarefas pelo bem do Evangelho e de todo o povo cristão”.

Aos de língua francesa, como o patriarca de Alexandria do Coptas, Antonios Naguib, e dos africanos, fez o convite a “estender o olhar às dimensões da Igreja universal” e a ser “testemunhas ardentes do Evangelho para voltar a dar ao mundo a esperança que necessita e para contribuir para o estabelecimento da paz e da fraternidade”.

Dirigindo-se aos cardeais de língua inglesa, disse que “os cardeais estão chamados a participar de uma forma especial da solicitude do Papa pela Igreja universal”.

Ao cumprimentar os de fala alemã, saudou especialmente o novo cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, salientando sua “importante tarefa ao serviço da Igreja Universal e do Papa na unidade dos cristãos”.

Em espanhol, o Papa felicitou os novos cardeais pedindo que “movidos por um amor intenso a Cristo e unidos em estreita comunhão com o Sucessor de Pedro, continuem servindo com fidelidade à Igreja”.

Relembrando a visita ao Brasil, Bento XVI dirigiu-se a Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, afirmando que a viagem ao país lhe concedeu “horas de íntima alegria e grande esperança eclesial”.

Ao cumprimentar o cardeal polonês Kazimierz Nycz, lembrou que a nomeação cardinalícia “obriga à solicitude já não só pela Igreja local, mas por toda a Igreja universal além da estreita colaboração com o Papa em seu ministério”.

“Luz do mundo”: Bento XVI responde ao homem de hoje

Publicado um livro-entrevista sobre o Papa, a Igreja e os sinais dos tempos


CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - "O que você está fazendo comigo? Agora, a responsabilidade é sua. Você tem de me conduzir! Eu não posso. Se você me escolheu, então também tem de me ajudar."


Isso é o que Bento XVI pôde dizer ao Senhor, com simplicidade, no momento em que foi eleito Papa, segundo ele mesmo explica no livro-entrevista "Luz do mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos", apresentado hoje no Vaticano.

Ao responder a cerca de 220 perguntas do jornalista alemão Peter Seewald, ao longo de 176 páginas, Bento XVI esclarece questões sobre os desafios da sociedade atual, a fé e a crise da Igreja.

Não faltam suas explicações simples e pedagógicas sobre questões controversas, como o caso Williamson, seu discurso em Ratisbona, os Legionários de Cristo e seu fundador, o uso do preservativo, a indissolubilidade do matrimônio, os homossexuais, suas modificações na liturgia, sua opinião sobre Pio XII, o celibato, o sacerdócio feminino, os nacionalismos, entre outros.


Como um papa reza?


O relato detalhado das suas experiências mais humanas como pontífice é uma das novidades do livro, fruto da terceira sessão de conversas concedidas ao jornalista alemão Peter Seewald, depois das duas anteriores, antes de ser eleito Papa, que foram traduzidas nos livros "O sal da terra" e "Deus e o mundo".

Bento XVI explica em primeira pessoa, por exemplo, como é sua relação pessoal com Deus. "A oração e o contato com Deus são agora mais necessários e também mais naturais e evidentes que antes", reconhece, e assegura que, em meio à sua intensa atividade, "acontece, sem dúvida, a experiência e a graça de estado".

"Também eu sou um simples mendigo frente a Deus, e mais que todas as demais pessoas - revela. É claro que rezo sempre em primeiríssimo lugar ao nosso Senhor, com quem tenho uma relação de tantos anos. Mas também invoco o Espírito Santo."

"Entro na comunhão dos santos - acrescenta. Com eles, fortalecido por eles, falo então também com Deus, sobretudo mendigando, mas também agradecendo ou simplesmente com alegria."

Sobre sua eleição como sucessor de João Paulo II, recorda: "Eu tinha certeza de que esse ministério não era o meu destino e que, depois de anos de grande esforço, Deus ia me conceder algo de paz e tranquilidade".

"Nesse momento, só pude dizer para mim mesmo e deixar claro: ao parecer, a vontade de Deus é outra, e começa algo totalmente diferente, novo para mim. Ele estará comigo", explica com humildade.

Bento XVI constata que a responsabilidade de um papa "é realmente gigantesca". Reconhece que percebe que suas forças vão decaindo, que "tudo isso exige demais de uma pessoa de 83 anos", mas destaca que, "graças a Deus, há muitos bons colaboradores".

Ao mesmo tempo, é consciente de que, para responder a todos os requerimentos, "é preciso ater-se com disciplina ao ritmo do dia e saber quando é preciso ter energia".

Em sua vida cotidiana, Bento XVI não pratica esportes; acompanha diariamente as notícias e às vezes também assiste a algum DVD com seus secretários. "Gostamos de ver Don Camillo e Peppone", explica. Também revela que, nos dias festivos, escutam música e batem papo.

Afirma não ter medo de um atentado e reconhece: "Poucas são as pessoas que têm tantos encontros, como eu. Sobretudo, são importantes para mim os encontros com os bispos do mundo inteiro".

Diz sentir-se reconfortado com as muitas cartas que recebe de pessoas simples que o incentivam, assim como presentes e visitas. "Sinto também o consolo 'do alto'; experimento a proximidade do Senhor na oração; e na leitura dos Padres da Igreja, vejo o esplendor da beleza da fé".

Com relação ao seu predecessor, Bento XVI afirma que se sabe "realmente um devedor seu que, com sua modesta figura, procura continuar o que João Paulo II fez como gigante. (...) Junto aos grandes, tem que haver também pequenos papas que ofereçam o pouco que têm", indica.

Renúncia ao papado


Nas conversas com Seewald, que aconteceram em Castel Gandolfo durante 6 dias do último mês de julho - uma hora por dia -, Bento XVI não fechou a porta à possibilidade de renúncia ao papado.


"É possível renunciar em um momento sereno, ou quando já não se é capaz - disse. Se o papa chega a reconhecer com clareza que física, psíquica e mentalmente já não pode suportar o peso do seu ofício, tem o direito e, em certas circunstâncias, também o dever de renunciar."

Dos seus 5 anos de pontificado, destaca as viagens a diversos países, a celebração do Ano Paulino, do Ano Sacerdotal e os dois sínodos, sobretudo o da Palavra de Deus.

"Por outro lado, estão esses grandes períodos de escândalo e as feridas na Igreja", indica, mas afirma que elas "têm para nós uma força purificadora e, no final, podem ser elementos positivos".

Com transparência, o Papa também reconhece estar decepcionado com algumas realidades: "Decepcionado sobretudo por existir no mundo ocidental esse desgosto com a Igreja, pelo fato do secularismo continuar tornando-se autônomo, pelo desenvolvimento de formas nas quais os homens são afastados cada vez mais da fé, pela tendência geral da nossa época de continuar sendo oposta à Igreja".
Sincero e próximo


Outra das novidades de "Luz do mundo" é o estilo direto, cheio de liberdade, sinceridade e proximidade. "Nunca antes, na história da Igreja, um papa havia respondido com tanta franqueza às perguntas de um jornalista em uma entrevista direta e pessoal", indica a editora Herder, responsável pela edição espanhola.


Em referência ao título do livro-entrevista, Peter Seewald indica que, "quando se escuta o Papa dessa forma e se está sentado na frente dele, percebe-se não somente a precisão do seu pensamento e a esperança que provém da fé, mas também se torna visível, de forma especial, um esplendor da Luz do mundo, do rosto de Jesus Cristo, que quer ir ao encontro de cada ser humano e não exclui ninguém".

Colocar Deus no centro


"Luz do mundo" inclui também algumas das habituais análises de Bento XVI, claras e concisas, sobre a situação atual da Igreja e do mundo, com a identificação de numerosos problemas e a proposta de respostas e soluções.


"Poderiam ser mencionados muitos problemas que existem na atualidade e que é preciso resolver, mas todos eles só podem ser resolvidos quando se coloca Deus no centro, quando Deus volta a ser visível no mundo", destaca o Papa na entrevista.

Com relação à Igreja, ele garante que ela "vive". "Contemplada somente a partir da Europa, parece que se encontra em decadência - indica -, mas esta é somente uma parte do conjunto. Em outros continentes, ela cresce e vive, está repleta de dinamismo."

América Latina

O Papa oferece numerosas referências concretas de vários países. Com relação à América Latina, indica que, "definitivamente, duas são as figuras que fizeram os homens da América Latina crer: por um lado, a Mãe e, por outro, o Deus que sofre".


Finalmente, fala da simplicidade do cristianismo e afirma que, "em nosso racionalismo e frente ao poder das ditaduras emergentes, Ele nos mostra a humildade da Mãe, que aparece a crianças e lhes diz o essencial: fé, esperança, amor, penitência".

(Patricia Navas)

sábado, 13 de novembro de 2010

Tempo do Advento

Toda celebração cristã tem uma dimensão de espera do Reino. A cada dia suplicamos na oração do Senhor: “Venha o teu Reino!”. Entretanto, o Advento nos é dado como um tempo mais intenso para proclamarmos a vinda do Reino de Deus em nosso mundo e para nos prepararmos para a sua vinda.
Cremos que o Senhor vem, independentemente de nossa conversão. É justamente porque ele vem tão certo como a aurora, apressamo-nos em preparar a sua chegada, abrindo os nossos braços e indo ao seu encontro com toda a ternura do nosso coração, como a noiva ao encontro do seu amado.
Nas duas primeiras semanas do Advento, nossa atenção se volta para a vinda gloriosa do Senhor, no fi m dos tempos. A partir do dia 15 de dezembro, lembrando a espera dos profetas e de Maria, a mãe de Jesus, preparamos mais especialmente o Natal, quando celebramos a vinda do Senhor em meio a nossa humanidade, no mistério de seu nascimento e de sua manifestação a todos os povos.
Assim, o tempo do Advento estabelece em nós um ritmo de espera, marcado pela escuta da Palavra e pela alegria, pelo anseio de paz e pela comunhão com todos os que esperam a manifestação de Deus, pela sintonia com o universo, em dores de parto, a espera da Redenção. Gememos em nosso íntimo, esperando a libertação de nosso corpo (cf. Rm 8,22-23), movidos pelo sentimento que levava as antigas comunidades a invocarem: Maranathá! Vem, Senhor Jesus! (cf. Ap 22,20).
O caminho traçado pelo Papa para revalorizar a Palavra na Igreja


Indicações na exortação apostólica do Sínodo dos Bispos sobre o tema

Por Jesús Colina

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 12 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – Bento XVI publicou nessa quinta-feira a exortação apostólica pós-sinodal Verbum Domini, que recolhe as conclusões da assembleia do Sínodo dos Bispos celebrada no Vaticano em outubro de 2008 com o objetivo de “revalorizar a Palavra divina na vida da Igreja”.

É o que confessa o próprio pontífice neste documento de cerca de 200 páginas, em que se apresentam e explicam as 55 “propostas” que surgiram daquela reunião eclesial centrada na “Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”.

Na introdução, o Papa deixa muito claro seu objetivo: “Desejo assim indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da Palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a actividade eclesial.”

E esclarece os motivos: “Num mundo que frequentemente sente Deus como supérfluo ou alheio, confessamos como Pedro que só Ele tem «palavras de vida eterna». Não existe prioridade maior do que esta: reabrir ao homem actual o acesso a Deus, a Deus que fala e nos comunica o seu amor para que tenhamos vida em abundância” (n. 2).

Questões de fundo

A exortação apostólica constitui uma ajuda decisiva para superar muitos mal-entendidos entre termos como Bíblia, Escritura ou Palavra de Deus. Com clareza, como o fizeram os participantes no sínodo, sublinha que “apesar da fé cristã não ser uma «religião do Livro»: o cristianismo é a «religião da Palavra de Deus», não de «uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo»” (n. 7).

De fato – afirma – “é a Tradição viva da Igreja que nos faz compreender adequadamente a Sagrada Escritura como Palavra de Deus” (n. 17).

Os que buscam respostas sobre o valor da Bíblia para a Igreja descobrirão na leitura do documento que “a Sagrada Escritura é «Palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito de Deus». Deste modo se reconhece toda a importância do autor humano que escreveu os textos inspirados e, ao mesmo tempo, do próprio Deus como verdadeiro autor” (n. 19).

Um dos argumentos que mais interesse suscitou no sínodo foi a interpretação ou exegese da Bíblia entre os acadêmicos.

O documento recorda aos exegetas crentes que “jamais devem esquecer que interpretam a Palavra de Deus. A sua tarefa não termina depois que distinguiram as fontes, definiram as formas ou explicaram os processos literários. O objectivo do seu trabalho só está alcançado quando tiverem esclarecido o significado do texto bíblico como Palavra actual de Deus»” (n. 33).

Propostas

Esclarecidas as questões de fundo, que em ocasiões suscitaram debates acirrados entre teólogos e biblistas nas últimas décadas, o Papa passa a apresentar propostas concretas e sobretudo atuais, surgidas do Sínodo da Palavra.

Por exemplo, sublinha “a centralidade dos estudos bíblicos no diálogo ecuménico, que visa a plena expressão da unidade de todos os crentes em Cristo”. Assim, impulsiona “a promoção das traduções comuns da Bíblia faz parte do trabalho ecuménico” (n. 46).

Aborda também a debatida questão das homilias – o sínodo constatou a falta de qualidade de muitas delas –, e pede que “os pregadores tenham familiaridade e contacto assíduo com o texto sagrado; preparem-se para a homilia na meditação e na oração, a fim de pregarem com convicção e paixão” (n. 59).

Estas propostas do Papa chegam a tocar inclusive questões como a acústica das igrejas, para poder escutar com “maior atenção” a Palavra, assim como o canto litúrgico, que deve ter “uma clara inspiração bíblica” e expressar “a beleza da palavra divina”, recomendando em particular “o canto gregoriano” (n. 70).

O pontífice insiste na necessidade de “uma atenção particular àqueles que, por causa da própria condição, sentem dificuldade em participar activamente na liturgia, como por exemplo os cegos e os surdos” (n. 71).

Considera que a animação bíblica não é um apêndice na vida da Igreja, mas que é necessário voltar a dar o “posto central da Palavra de Deus”, através de uma “animação bíblica de toda a pastoral” (n. 73), em particular, na catequese, para que se converta em um “abeirar-se das Escrituras na fé e na Tradição da Igreja, de modo que aquelas palavras sejam sentidas vivas” (n. 74).

Como era de esperar, propõe em várias ocasiões a leitura orante da Bíblia, conhecida como “Lectio Divina”, pois o Sínodo insistiu repetidamente nesta prática, que “é verdadeiramente capaz não só de desvendar ao fiel o tesouro da Palavra de Deus, mas também de criar o encontro com Cristo, Palavra divina viva” (n. 87).

Uma sugestão do Papa é ir em peregrinação à Terra Santa, a qual qualifica, como o Sínodo, de “quinto Evangelho” e assinala que, para que os lugares santos não se tornem pedras mortas, “como é importante a existência de comunidades cristãs naqueles lugares, apesar das inúmeras dificuldades (n. 89).

Nova evangelização

O documento, portanto, situa-se na trilha da nova evangelização, prioridade deste pontificado, pois “há muitos irmãos que são batizados mas não suficientemente evangelizados. É frequente ver nações, outrora ricas de fé e de vocações, que vão perdendo a própria identidade, sob a influência de uma cultura secularizada” (n. 96).

Esta nova evangelização – afirma –, passa em boa parte pelo testemunho, pois a Palavra de Deus alcança os homens através do encontro com testemunhas que a tornam presente e viva" (n. 97).

Este testemunho deve tocar todas as dimensões da vida, incluindo o compromisso pela justiça (n. 100), a defesa dos direitos humanos (n. 101), a promoção da paz (n. 102), a salvaguarda da Criação – ecologia bíblica – (n. 108), a presença na internet para que na rede apareça “o rosto de Cristo” (n. 113) e o diálogo inter-religioso (n. 117).

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Advento e seu significado

O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode-se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória.
O tempo do Advento formou-se progressivamente a partir do século IV e já era celebrado na Gália e na Espanha. Em Roma, onde surgiu a festa do Natal, passou a ser celebrado somente a partir do século VI, quando a Igreja Romana vislumbrou na festa do Natal o início do mistério pascal e era natural que se preparasse para ela como se preparava para a Páscoa. Nesse período, o tempo do Advento consistia em seis semanas que antecediam a grande festa do Natal. Foi somente com São Gregório Magno (590-604) que esse tempo foi reduzido para quatro domingos, tal como hoje celebramos.

Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até a figura geométrica da coroa, o círculo, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade.

Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida em que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas, quase em todas as partes do mundo é usada a cor vermelha. No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando celebra-se o Domingo de Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.

Pe. Agnaldo Rogério dos Santos
Reitor dos Seminários Filosófico e Teológico
da Diocese de Piracicaba

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Santa Sé


Papa a romenos: é preciso curar as feridas do comunismo


Família e educação como chaves para regeneração social e moral

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 21 de outubro de 2010 (ZENIT.org) - As profundas feridas deixadas na Romênia por décadas de comunismo devem ser curadas através da recuperação dos valores e da reconstrução do tecido social.


Assim afirmou o Papa Bento XVI ao receber hoje em audiência Bogdan Tătaru-Cazaban, novo embaixador da Romênia na Santa Sé, na apresentação de suas cartas credenciais.

O país balcânico empreendeu um processo de reconstrução, observou o Papa, ainda que continue havendo muitas feridas abertas, um desafio que é necessário enfrentar com justiça e ao mesmo tempo com caridade.

"A gestão da herança deixada pelo comunismo é difícil devido à desintegração da sociedade e do indivíduo", reconheceu o Pontífice.

Por isso, acrescentou, é necessário "enfrentar a difícil tarefa de ordenar de forma justa os assuntos humanos, fazendo um bom uso da liberdade. E a verdadeira liberdade pressupõe a busca da verdade, do bem, e se realiza precisamente reconhecendo e fazendo o que é oportuno e justo".

Um dos primeiros requisitos para a reconstrução do tecido social, afirmou o Papa, é apoiar a família: "É preciso fazer todos os esforços para que ela cumpra sua função de fundamento da sociedade".

Outro requisito é a educação nos valores, disse Bento XVI. "Diante de grandes ideais, os jovens aspiram à virtude moral e a uma vida aberta aos demais por meio da compaixão e da bondade".

O Pontífice também destacou que "a integridade, honra e retidão (...) devem inspirar e conduzir todos os membros da sociedade para uma boa gestão".

Entre os desafios da Romênia, sobressai a realidade multicultural e multiétnica. "Semelhante variedade pode ser considerada como um obstáculo para a unidade nacional, mas pode ser vista também como um enriquecimento da sua identidade, ao constituir-se em uma de suas características".

"Isso deve ser feito de maneira de cada indivíduo tenha seu lugar legítimo na sociedade, acima desta variedade e respeitando-a", afirmou o Papa ao novo embaixador.


Católicos e ortodoxos

Outro dos temas abordados pelo Papa foi a relação entre católicos e ortodoxos, e entre comunidades religiosas em geral, que "também se viu afetada por estas décadas escuras; e algumas destas feridas ainda hoje continuam vivas".

"Estas requerem ser tratadas por meios aceitáveis para cada uma das comunidades. É necessário, de fato, reparar as injustiças herdadas do passado, sem temer fazer justiça."

Bento XVI sugeriu um duplo enfoque para este diálogo: por um lado, "no âmbito estatal, favorecendo um diálogo autêntico entre o Estado e os diferentes responsáveis religiosos"; e, por outro lado, "incentivando relações harmônicas entre as diversas comunidades religiosas do seu país".

Neste ponto, sublinhou a importância do diálogo ecumênico com os ortodoxos, que são o maior grupo no país, assim como a boa disposição da Igreja Católica.

A Igreja "vê no diálogo ecumênico um caminho privilegiado para voltar a encontrar seus irmãos na fé e para construir com eles o Reino de Deus, respeitando a especificidade de cada um".

"O testemunho da fraternidade entre católicos e ortodoxos, em um espírito de caridade e de justiça, deve prevalecer sobre as dificuldades e abrir os corações à reconciliação", exortou o Papa.

O diálogo ecumênico, concluiu Bento XVI, "não deixará de ser um fermento de unidade e de concórdia, não somente para o seu país, senão também para a Europa inteira".

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010São Francisco de Assis



No dia 4 de outubro celebramos São Francisco de Assis, que nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181 (ou 1182). Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios.

Tentou, como o pai, seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão.
Sonhou então, com as honras militares. Aos vinte anos alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador: Foi convidado a trabalhar para "o Patrão e não para o servo".


Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaura minha casa decadente".


O chamado, ainda pouco claro para São Francisco, foi tomado no sentido literal e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.

Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindo-se à Irmã Pobreza".


A Ordem dos Frades Menores teve início com a autorização do papa Inocêncio III e Francisco e onze companheiros tornaram-se pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade.


O trabalho foi tão bem realizado que, por toda Itália, os irmãos chamavam o povo à fé e à penitência. A sede da Ordem, localizada na capela de Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, próxima a Assis, estava superlotada de candidatos ao sacerdócio. Para suprir a necessidade do espaço, foi aberto outro convento em Bolonha.


Um fato interessante entre os pregadores itinerantes foi que poucos, dentre eles, tomaram as ordens sacras. São Francisco de Assis, por exemplo, nunca foi sacerdote.


Em 1212, São Francisco fundou com sua fiel amiga Santa Clara, a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Já em 1217, o movimento franciscano começou a se desenvolver como uma ordem religiosa. E como já havia ocorrido anteriormente, o número de membros era tão grande que foi necessária a criação de províncias que se encaminharam por toda a Itália e para fora dela, chegando inclusive à Inglaterra.

Sua devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado "estigmatização".

Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus.

Autor do Cântico do Irmão Sol, considerado um poeta e amante da natureza, São Francisco foi canonizado dois anos após sua morte.


Em 1939, o papa Pio XII tributou um reconhecimento oficial ao "mais italiano dos santos e mais santo dos italianos", proclamando-o padroeiro da Itália.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Setembro mês da Bíblia

“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés e
luz para o meu caminho!” (Salmo 119,105)


Setembro é o mês da Bíblia. Este mês foi escolhido pela Igreja porque no dia 30 de setembro é dia de São Jerônimo (ele nasceu no ano de 340 e faleceu em 420 dC). São Jerônimo foi um grande biblista e foi ele quem traduziu a Bíblia dos originais (hebraico e grego) para o latim, que naquela época era a língua falada no mundo e usada na liturgia da Igreja.

A Bíblia é hoje o único livro que está traduzido em praticamente todas as línguas do mundo e que está em quase todas as casas. Serve de “alimento espiritual” para a Igreja e para as pessoas e ajuda o povo de Deus na sua caminhada em busca de construir um mundo melhor.

“Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça ” (2Tm 3,16). A Bíblia foi escrita por pessoas chamadas e escolhidas por Deus e que foram inspiradas através do Espírito Santo. Ela revela o projeto de Deus para o mundo; serve para que todos possamos crescer na fé e levar uma vida de acordo com o projeto de Deus. Por isso, ela é a grande “Carta de Amor” de Deus à Humanidade.

A Palavra de Deus nos revela o rosto de Deus e seu mistério. Ela é a história do Deus que caminhou com seu povo e do povo que caminhou com seu Deus. A Bíblia tem uma longa história, desde nossos pais e mães da fé (Abraão e Sara, Isaac e Rebeca, Jacó Lia e Raquel) passando por Moisés, pelos Profetas, até a vinda do Messias, e por fim a morte do último dos Doze Apóstolos quando foi escrito o último livro da Bíblia (o Apocalipse, escrito no final do I século). A Palavra de Deus demorou em torno de dois mil anos para ser escrita. Muitas pessoas fizeram parte desta história: homens, mulheres, crianças, jovens, anciãos... Por isso, podemos dizer que a Bíblia é um livro feito em mutirão.

Passaram-se os tempos, os anos, mudaram muitas coisas, impérios cresceram e caíram, tantas idéias foram superadas, mas a Palavra de Deus continua “viva e eficaz” (Hb 4,12), pois “ela permanece para sempre” (1Pd 1,25). Embora o mundo busca outros caminhos, sempre existiram pessoas e comunidades que foram fiéis, que buscaram nas Palavras Sagradas a fonte para sua inspiração, para continuar vivendo e realizando o projeto de Deus.
 
Mais do que história, a Bíblia é portadora de uma mensagem. Ela é capaz de denunciar e anunciar. Ela denuncia as injustiças, os pecados, as situações desumanas, de pobreza, exploração e exclusão em que vivem tantos irmãos nossos. Foi isso que fizeram os Profetas e também Jesus Cristo em algumas ocasiões, pois toda situação de injustiça e pecado é contrária ao projeto de Deus. Mas a Bíblia é, sobretudo, um livro de anúncio. Ela proclama a boa notícia vinda de Deus: Ele nos ama e nos quer bem! Ele é o Deus que caminha conosco, que está ao nosso lado e nos dá força e coragem! Foi Deus que enviou ao mundo seu Filho Jesus Cristo. Ele veio nos trazer a Boa Notícia do Reino; veio nos trazer a Salvação, o perdão dos pecados. É através da fé em Jesus Cristo que nos tornamos filhos de Deus.
 
Na Bíblia encontramos textos para as diversas situações da vida. Ela ajuda a fortalecer a nossa fé; é útil na nossa formação, nos momentos de crises e dificuldades, na dor, na doença ou na alegria… Para todas as realidades encontramos textos apropriados.
 
Na verdade, todo mês devia ser Mês da Bíblia; todo dia devia ser Dia da Bíblia. Por isso, a Bíblia não pode ser apenas um ornamento em nossa casa. A Palavra de Deus deve ser o nosso alimento de cada dia e buscar nela o sustento para a nossa vida.
 
Termino lembrando um texto bonito de São Paulo: “Tudo o que se escreveu no passado foi para o nosso ensinamento que foi escrito, afim de que, pela perseverança e consolação, que nos dão as Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15,4). Que neste mês da Bíblia, a Palavra que vem da boca de Deus nos anime, dê força e coragem e com isso sejamos cristãos da Esperança!
 
 
Alguns conselhos práticos para quem quer ler,
conhecer e viver segundo a Bíblia:
 
•1) Pedir sempre ajuda ao Espírito Santo, isto é, iniciar sempre com uma oração;

•2) Começar pelos livros e textos mais fáceis, ou seja, os Evangelhos, Atos dos Apóstolos…;

•3) Ler e meditar um texto por dia (não é a quantidade que importa, mas a qualidade);

•4) Procurar descobrir o contexto em que o texto foi escrito, ou seja: por que e para quem o texto foi escrito;

•5) Anotar na sua Bíblia os textos que mais chamam a atenção;

•6) Quando encontrar textos difíceis, passar adiante, deixar estes textos para quando participar de um curso ou quando encontrar pessoas que podem ajudar a explicar;

•7) Atualizar o texto para hoje: colocá-lo em prática na vida. Celebrar e rezar a Bíblia e a vida. Viver a Palavra!
 

terça-feira, 10 de agosto de 2010

São Lourenço


Diácono e Martír

10 de agosto
 
“ Louvamos teu martirio,
Lourenço, Santo irmão, pedindo
que da igreja escutes a oração.”
(Liturgia das horas).

No livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, vemos a preocupação dos mesmos quanto ao crescimento do número dos discípulos, convocaram uma reunião e expuseram sua angústias, dizendo: “Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus para administrar.” (Servir as mesas) pois muitos dos discipulos gregos queixavam-se que suas viúvas, estavam sendo esquecidas e negligenciadas pelos hebreus.

Foram escolhidos entre os irmãos, homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para administrar o cuidado com os pobres, orfãos e viúvas ... Ou seja o tesouro precioso do Senhor.

Estes homens foram chamados de Diáconos. 
 
O patrono dos Diáconos


Astro de primeira grandeza, brilha o nome de São Lourenço no firmamento da Igreja Primitiva.

O nome Lourenço é o mesmo que Laureamtenens, querendo dizer “Coroa feita de Louro”, como a que antigamente os vencedores recebiam após suas vitórias. Lourenço obteve a vitória em sua paixão.

Assim como o Pé de louro, ou seja suas folhas servem para dissolver cálculos, curar infecções dos ouvidos e evitar raios, Lourenço quebra o coração endurecido, devolve a audição espiritual e proteje os condenados de injustas sentenças.

O Diácono Lourenço, de Origem espanhola, foi levado a Roma pelo bem-aventurado Sisto II, em Roma nosso Diácono foi incubido de administrar os bens da Igreja e socorrer os pobres que eram mantidos pela mesma.

O cruel Imperador Valeriano, determinou uma acirrada perseguição a Igreja, seus bispos, sacerdotes e diáconos, e uma das primeiras vítimas foi o Papa Sisto II, este sofreu o martírio em 258. Lourenço acompanhou-o até o lugar do suplício, e com os olhos marejados de lágrimas disse-lhe: “Meu pai, para onde vás sem vosso filho? Para onde o Santo Padre, sem o vosso diácono? Jamais oferecestes o sacrifício, sem que eu vos acolitasse? em que vos desagradei? Encontrastes em mim alguma infidelidade?”

O Papa, comovido com estas palavras de dedicação filial, respondeu: “Não te abandono, meu filho! Deus reservou-te provação maior e vitória mais brilhante, pois és jovem e forte; velhice e fraqueza fazem com que tenham pena de mim; daqui a três dias me seguirás.” Tendo assim falado, deu ao jovem diácono instruções sobre os tesouros da Igreja, aconselhando que os repartisse entre os pobres.

Lourenço atento a solicitação do Santo Padre, procurou todos os pobres, viúvas e orfãos da Igreja e entre eles repartiu o dinheiro que havia. Objetos de outro, prata, como pedras preciosas, vasos sagrados de grande valor, tudo foi vendido e com o dinheiro sustentou os milhares de pobres da Igreja.

Quando o prefeito da cidade teve conhecimento dos grandes tesouros da Igreja e de que Lourenço era o administrador, mandou chamar-lo em sua presença e disse-lhe: “Nada de ti exijo, que não seja possível realizar. Soube que vossos sacerdotes se servem em vasos de ouro e prata em vossas celebrações e que usais velas de cera, colocadas em castiçais de ouro. Soube, também, que vossa Igreja ordena dar a Cesar o que é de Cesar; trazei-me, pois, todos estes objetos, de que o imperador precisa.” “É verdade, - replicou Lourenço, - a Igreja é rica, mais rica que o Imperador. Concedei-me o prazo necessário, e tudo será arranjado em tempo.” O Prefeito supondo tratar-se de riquezas materiais deu-lhe de boa vontade o prazo de três dias.

Lourenço correndo contra o tempo, foi ao encontro de todos os pobres, viúvas, orfãos, cegos, surdos, mudos, paralíticos, peregrinos e desamparados, para que no terceiro dia estivessem todos à porta da Igreja.

No dia e hora marcados, todos em grande multidão, comparaceram à porta da Igreja. Lourenço convidou o Prefeito para inspecionar os tesouros da Igreja e apontou para a multidão reunida: “Eis os tesouros da Igreja : os míseros que levam com resignação a cruz de cada dia, carregam o ouro da virtude; são as almas prediletas do Senhor que valem muito mais que pedras preciosas.”

O Prefeito vendo-se enganado e iludido, cheio de ódio falou: “É assim que te atreves a ludibriar as Autoridades Reais Romanas? Miserável! Se o teu desejo é morrer, pois bem, hás de morrer, mas uma morte longa e cruel.” Deu a ordem para que Lourenço fosse cruelmente açoitado.

Finalmente mandou que trouxessem uma grelha, que foi posta sobre brasas.

O Santo foi despido e colocado sobre a grelha incandescente.

Santo Ambrósio escreveu que eu rosto brilhava como um fogo divino,e de seu corpo exalava um suave perfume que inebriava a todos.

Lourenço demostrava uma paz inigualável; seus lábios esboçavam um discreto sorriso; e com mansidão disse ao Juiz: “Se desejares, podeis dar ordem para que me virem, pois já estou bastante assado deste lado!”

O Santo mártir rezava pela conversão de Roma, cidade eterna regada com o sangue dos apóstolos Pedro e Paulo. Seus útimos momentos foram de louvor e adoração; era o dia 10 de agosto de 258.

São Prudêncio era da opinião que a conversão de Roma, foi fruto do martírio de São Lourenço.

São Leão assim expressou seu martírio: “As chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que queimava por fora foi mais fraco do que aquele que lhe ardia por dentro.”

Que o exemplo de São Lourenço nos inspire sempre a pratica da caridade verdadeira e perfeita.
 

DIA 10 DE AGOSTO: DIA DO DIÁCONO

Celebra hoje a Igreja a festa de São Lourenço, mártir,
padroeiro secundário da cidade de Roma, onde,
no século III de nossa era, exerceu o ministério diaconal.




O DIACONATO PERMANENTE


Assim como no dia 4, comemoramos o “Dia do Padre”, na festa de Cura d´Ars, no dia 10 de agosto a Igreja comemora o “Dia do Diácono” na festa do mártir São Lourenço patrono dos Diáconos. Mas quem são os Diáconos na Igreja Católica? Trata-se do primeiro grau no Sacramento da Ordem historicamente criado no capítulo 6 dos Atos dos Apóstolos.
Para o Diaconato Permanente podem ser ordenados homens casados. Na Igreja nascente havia grande necessidade de ministros para auxiliarem os apóstolos na área da caridade para atender sobretudo as viúvas de origem grega. Assim, foram ordenados sete homens “de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria”. Nas palavras do papa Paulo VI: “Com a vossa ordenação {diaconal} estais configurados a Cristo na sua função de Servo. Vós deveis também ser sinais vivos da condição de servos da sua Igreja”.

Os diáconos exercem seu ministério partilhando inúmeros serviços com os agentes de pastoral. Todavia, por força da ordenação, eles contam com a graça sacramental, pela qual, junto com os bispos e presbíteros, são postos à parte para uma missão específica. O Documento de Puebla afirma que o diácono recebe uma graça sacramental própria para ser sinal sacramental de Cristo-Servo.
O Diaconato é sacramento da caridade aos pobres e excluídos no sentido amplo. Assim, o diácono não é ordenado para si mesmo, nem para colocar-se acima dos leigos, nem para desempenhar funções diferentes dos presbíteros e dos bispos, mas pela sua vida e testemunho, incorporado à Igreja por meio de um Sacramento, ele deve revelar uma dimensão especial da diaconia (serviço), do sacerdócio e do mistério de Cristo, ajudando a construir um mundo mais de acordo com o Projeto de Deus.

Em relação aos padres, o diácono permanente contribui com sua larga experiência de inserção na vida familiar e profissional e no mundo, podendo ajudá-los, especialmente os mais jovens. "Fortalecidos com a graça sacramental, os diáconos servem ao povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e o presbitério" (LG 29). Segundo a tradição apostólica, o diácono participa da missão plena do bispo, realizando sua função não apenas em nome do bispo e com sua autoridade, mas em nome de Cristo e com sua autoridade, mediante a consagração do Espírito Santo. Em seu grau, participa da missão de Cristo Mediador, Cabeça e Pastor.

O Concílio Vaticano II, no texto da restauração do diaconato, lembra: “Dedicados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos do conselho do bem-aventurado Policarpo: ‘Misericordiosos e diligentes, procedam em harmonia com a verdade do Senhor, que se fez servidor de todos’” (LG 29).

São muitos os campos onde a nossa Igreja deve fazer-se mais presente: pastorais sociais, educação, meios de comunicação social, movimentos populares. Como este grau do Sacramento da Ordem só foi restaurado no Ocidente em 1965, poucos católicos têm consciência da função do diácono na comunidade. Em nossas condições, o diácono, como membro do clero, exerce o seu ministério administrando o Sacramento do Batismo, presidindo a celebração do Matrimônio, proferindo as Exéquias (encomendação dos defuntos), proclamando a Palavra nas celebrações litúrgicas, atuando na formação dos leigos e desenvolvendo as pastorais sociais na área da caridade. Concluindo, os diáconos são pessoas consagradas que representam pública e oficialmente o Cristo-Servo na sua família, no trabalho, na comunidade e na sociedade.






Semana Nacional da Família/2010 – 08 a 14 de agosto


“Família, formadora de valores humanos e cristãos”

 Justificativa:

- O referencial bíblico cristão que motiva o tema -
“Família, formadora de valores humanos e cristãos” é a vida familiar de Jesus. Na carpintaria de José, vemo-lo lado a lado manejando os instrumentos do ofício. No serviço da casa Jesus era capaz de ser prestativo à sua mãe Maria. Belo e cativante era o clima que reinava em Nazaré. No coração deste lar se plasmavam os valores humanos de toda a ordem, em especial o respeito e o diálogo, a franqueza e a cordialidade. Deus ocupava em tudo o primeiro lugar. No relacionamento com José, o menino jovem assimilava a importância da figura paterna. “E Jesus ia crescendo em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52).

 

Motivação:

- De 08 a 14 de agosto celebramos no Brasil a Semana Nacional da Família. Tendo em vista a ação evangelizadora da Pastoral Familiar, a família ocupa um espaço cada vez maior na comunidade cristã.

 Objetivo:

- Refletir sobre a família, como construtora de valores humanos e cristãos, sobre a qualidade das atribuições familiares, para edificar as famílias em bases sólidas, construir um futuro melhor e mais seguro para a família e para as novas gerações.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bento XVI: uma vida intensa, rica de boas obras

 

 
Palavras ao introduzir a oração do Angelus este domingo em Castel Gandolfo

ROMA, domingo, 8 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Ao meio-dia deste domingo, o Papa rezou o Angelus com os peregrinos reunidos no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo. Estas foram suas palavras ao introduzir a oração mariana.
* * *
Caros irmãos e irmãs, na passagem evangélica deste domingo, prossegue o discurso de Jesus aos discípulos sobre o valor da pessoa aos olhos de Deus e sobre a inutilidade das preocupações terrenas. Não se trata de um elogio ao desinteresse. Escutando o convite tranquilizador de Jesus, “Não tenhas medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino” (Lc 12, 32), o nosso coração abre-se a uma esperança que ilumina e anima a existência concreta: temos a certeza de que “o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova.” (Enc. Spe Salvi, 2).

Como lemos na passagem da Carta aos Hebreus na Liturgia de hoje, Abraão avança com coração confiante na esperança que Deus lhe abre: a promessa de uma terra e de uma “descendência numerosa” e parte “sem saber para onde iria”, confiando apenas em Deus (cf. 11, 8-12).

E Jesus, no Evangelho de hoje – através das três parábolas – ilustra como a expectativa da plenitude da “beata esperança”, a sua vinda, deve incentivar ainda mais a uma vida intensa, rica de boas obras: “Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei para vós bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói” (Lc 12, 33). É um convite a usar as coisas sem egoísmo, sede de poder ou domínio, mas segundo a lógica de Deus, a lógica da atenção ao outro, a lógica do amor: como escreve sinteticamente Romano Guardini, “na forma de uma relação: a partir de Deus, em vista de Deus’ (Accettare se stessi, Brescia 1992, 44).
A esse respeito, desejo chamar a atenção sobre alguns santos que celebramos esta semana e que souberam viver a sua vida a partir de Deus e em vista de Deus. Hoje recordamos São Domingos de Gusmão, fundador, no século XIII, da Ordem Dominicana, que desempenha a missão de educar a sociedade sobre a verdade de fé, preparando-a com o estudo e a oração. Na mesma época Santa Clara de Assis – de quem faremos memória na quarta-feira –, que, dando prosseguimento à obra franciscana, fundou a Ordem das Clarissas. Recordaremos a 10 de agosto o santo diácono Lourenço, mártir do III século, cujas relíquias são veneradas em Roma na Basílica de São Lourenço Fora dos Muros. Finalmente, faremos memória de dois outros mártires do século XX que partilharam o mesmo destino em Auschwitz. A 9 de agosto recordaremos a santa carmelita Teresa Benedita da Cruz, Edith Stein, e no dia 14 o padre franciscano Maximiliano Maria Kolbe, fundador da Milícia de Maria Imaculada. Ambos atravessaram o obscuro período da Segunda Guerra Mundial, sem nunca perder de vista a esperança, o Deus da vida e do amor.
Confiemos no sustento materno da Virgem Maria, Rainha dos Santos, que amorosamente compartilha a nossa peregrinação. A Ela dirigimos nossa oração.
[Traduzido por ZENIT
© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana]







domingo, 8 de agosto de 2010






Mês Vocacional - Agosto



 Agosto/2010

O mês de agosto já é tradicionalmente mês vocacional no Brasil. A CNBB convoca, todos os anos, para intensificar, neste mês, as orações e as ações em favor das vocações em geral. Embora a vocação para os ministérios ordenados deva ocupar a atenção dos fiéis durante todo o mês, por serem elas indispensáveis para a essência da Igreja, didaticamente se divide o mês em sub-temas para não deixar de lado nenhuma das outras vocações igualmente importantes para a vida eclesial.

Assim, na primeira semana se enfoca de maneira especial as vocações presbiterais e diaconais, por causa das festas de São João Maria Vianey, presbítero, a 4 de agosto, e a de São Lourenço, diácono, no dia 10.

A segunda semana é dedicada à vocação ao matrimônio, e em Jundiaí, já tradicionalmente se celebra nesta ocasião a Semana da Família.

Na terceira semana se reflete sobre as vocações religiosas e missionárias, recordando os vários chamados de Deus neste sentido, sejam para a vida contemplativa nos mosteiros, seja para vida ativa nas várias frentes pastorais e evangelizadoras.

Por fim, na última semana se dedica atenção especial à vocação laical, recordando de forma especial os catequistas, os pedagogos da fé, mas também os vários outros ministérios eclesiais e o papel do leigo no mundo.

As vocações aos ministérios ordenados são básicas para as demais vocações na Igreja. Cristo, ao chamar os doze para o ministério de apóstolos, deu-lhes instruções e responsabilidades especiais. Pediu deles dedicação total, entrega incondicional ao ministério. Deixaram tudo: família, profissão… Somente Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, poderia fazer isto: conferir-lhes o poder sacerdotal que era somente Dele, único e eterno Sacerdote. Assim os apóstolos passaram, com humildade, a agir não só em nome, mas na pessoa de Cristo. É Cristo mesmo que age através deles. Cristo os chamou e os enviou para constituir, ampliar, assistir, alimentar, em fim, santificar a Igreja.

Os sucessores dos apóstolos são os bispos, mas unido ao ministério episcopal de forma muito íntima está o ministério presbiteral e ao seu lado, com suas funções próprias, o ministério diaconal. Por isso o número de padres e diáconos deve ser suficiente para atender à comunidade do povo de Deus. É preciso que eles sejam verdadeiramente vocacionados, ou seja, que assumam com autenticidade este estado de vida e este serviço. Não basta serem em número suficiente. É preciso que sejam bons e santos, pois só assim estarão sendo fiéis ao chamado e aptos para servirem autenticamente ao Povo de Deus. Todos os cristãos têm a missão de evangelizar, mas cabe aos ministros ordenados a principal responsabilidade de realizar e também de coordenar, articular e animar este serviço evangelizador na Igreja. Também no início da Igreja foi assim.

O Senhor chamou doze, conferindo-lhes ministérios especiais e continua com a mesma pedagogia. Por isso, tudo o que as comunidades e cada um dos fiéis puderem fazer pelas vocações de especial consagração, será sempre um ato de amor a Cristo e um grande serviço ao Povo de Deus.

Para melhor organização do serviço motivador das vocações nas comunidades, uma das experiências mais eficazes utilizadas no Brasil, tem sido as equipes vocacionais paroquiais, em geral conhecidas por EVPs, que são grupos de pessoas que se encarregam de promover a pastoral das vocações e ministérios nas bases comunitárias

São três as principais linhas de trabalho das EVPs: a espiritual, a moral e a material. No campo da espiritualidade, as EVPs rezam e levam a comunidade a rezar pelas vocações. Elas procuram criar na comunidade uma verdadeira mística vocacional, um ambiente propício para o surgimento de vocações presbiterais, diaconais, religiosas e missionárias, bem como a consciência dos ministérios e serviços eclesiais.

No campo moral, elas acompanham, ajudam, apóiam os vocacionados que vão surgindo, encaminhando-os, no momento certo, para a formação específica.

Na área material, as EVPs ajudam também financeiramente a Pastoral Vocacional com promoções e outros meios. Normalmente as EVPs são organizadas por iniciativa dos párocos que as compõem, convidando pessoas que julgam indicadas para a mencionada missão, entre religiosas, seminaristas, leigos, jovens e adultos, participantes da vida e das atividades da comunidade paroquial. Pessoas que dão testemunho através de seu discipulado cristão, em razão de seu batismo e de sua vida de fé.

Os membros das EVPs têm consciência de que sua missão, num primeiro momento, é "renovar a comunidade através da evangelização" e da catequese sobre as vocações, que se definem a partir da compreensão de que somos criados à imagem e semelhança de Deus para sermos imitadores de Cristo que veio para servir e não para ser servido.

Como principais atividades, as EVPs, marcam presença efetiva nas celebrações dominicais, destacam no horizonte de suas atividades as famílias, a juventude e as pessoas que apenas participam dessas celebrações, procurando criar uma "cultura vocacional" na comunidade.

Tudo isto é feito para que a Igreja cumpra o seu dever, sua missão de evangelizar o povo, comunicar a palavra de Cristo transformadora dos corações e dos meios sociais.

(Publicado no Jornal "O Verbo" , órgão informativo da Diocese de Jundiaí - nº 184 - Dom Gil Antônio Moreira, Bispo Diocesano de Jundiaí - fonte: diocesedejundiai.org.br)


Mural para comunicação rápida