sexta-feira, 12 de março de 2010

SER SANTO OU SER HERÓI?

Os santos desejam fazer grandes coisas, mas reconhecem que fizeram pouco ou nada...

O verdadeiro chamado: a santidade

Infelizmente passei algum tempo para entender que o caminho da Boa Nova não gera heróis e sim santos.

Jesus não me chama a ser um herói, mas a ser santo, não me chama a fazer grandes coisas, nem a mudar o mundo com as minhas próprias forças.

O herói tem que ser forte, revolucionar, aceitar, agradar, provar o seu poder, tem prioridades, honras, mérito, é modelo.

Os seguidores de Jesus Cristo, o Deus feito homem, eram os fracos, os pecadores e os mal falados do Evangelho.

Não eram os sábios, não tinham a coragem necessária para um guerreiro, um herói. Que decepção!

Que dor para o menino que tanto sonhou poder ser ou fazer alguma coisa.

Bendita alegria para o homem que hoje vê que tudo pode naquele que a fortalece.

Santos, fracos, loucos, mas acima de tudo bem-aventurados.

Os heróis contam com a força, os santos com a graça.

“Basta-te a minha graça”, disse o Senhor a São Paulo.

Os santos desejam fazer grandes coisas, mas reconhecem que fizeram pouco ou nada, que são servos inúteis, não esperam aplausos, nem as primeiras cadeiras, nem o apoio da mídia para anunciar suas dores, sacrifícios e lágrimas derramadas pelos pecados dos que “na sombrOs heróis querem mudar o mundo, os outros, as estruturas, os santos desejam mudar o seu coração, pois sabem bem que é de lá que procedem todos os males, mas também sabem que não têm força para isso.

Apenas gritam e clamam o auxílio do Senhse desesperam, não se acusam quando caem ou erram, reconhecem-se pequenos e por isso permitem-se levantar-se com facilidade.

Experimentam que é melhor cair nas mãos de Deus do que nas mãos dos homens, porque esses julgam conforme a aparência, mas Deus vê o coração.

O herói leva fardo, é escravo das honras. O santo é livre, ninguém lhe dá honras.

Não deseja ser bom, provou em sua vida que só Deus é bom.

Não mendiga atenção pelos seus dons, nem se vende por migalhas, sabe quem é o seu mestre e que não é mais do que Ele.

Faz memória da vida do seu Mestre, dos mártires e não busca o aplauso dos homens porque a multidão que aclamou Jesus, logo depois gritou crucifica-O.

Essa é a vida do santo. O herói sobe, o santo desce. O herói faz-se obedecer pelo seu poder, o santo pelo seu amor a Deus.

O herói é exaltado, o santo humilhado, busca a coroa imperecível, o seu reino não é deste mundo.

É bem verdade que nem todos nasceram para serem heróis, é um caminho exigente, mas é certo que todos nasceram para serem santos.

O heroísmo gera orgulho, a santidade humildade. “Não fazeis como os grandes deste mundo, diz Jesus!

“Qualquer pessoa, porque mais pobre, por mais ferida que seja pode aspirar à santidade a partir da sua situação real, ainda que fosse a mais marginal, tanto no aspecto psicológico como moral.” “não há santo sem passado, nem pecador sem futuro.”

Ser santo não é ser virtuoso ou moralmente perfeito.

“Os feridos da vida, os fracos, os alcoólicos, os chagados, os dependentes de todos os tipos, os pobres que aceitam sofrer a sua miséria e lutar apesar de tudo, abrem-se a misericórdia e entram, como o bom ladrão, no Reino de Deus antes dos puros que depositam em si mesmos a confiança, contando com as suas virtudes naturais.”

Não podemos esquecer que a gratuidade da misericórdia de Deus nos ultrapassa, “nada é impossível a Deus”.

A nossa fraqueza não pode ser obstáculo para o nosso caminho de santidade, mas sim a nossa falta de desejo.

“Ser santo e ser herói são caminhos bem diferentes. O herói é o homem da sua vontade; o Santo é o homem da graça.

O herói está penetrado da sua força; o Santo persuadido da sua fraqueza.

O herói trabalha para a sua glória, para o triunfo das causas temporais.

O Santo tem em vista a glória de Deus. O herói tem o sentido do homem; o Santo tem o sentido de Deus.”

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