quarta-feira, 30 de março de 2011

João Paulo II foi o “amigo da humanidade”, recorda seu mestre de cerimônias

Roma, 29 Mar. 11 / 01:39 pm (ACI)

A beatificação do Servo de Deus João Paulo II “é para todos a ocasião de nos reencontrarmos com este amigo da humanidade”, explicou Dom Piero Marini, quem fora Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias do defunto Papa.
Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano no dia 27 de março, Dom Marini afirmou que todos devemos “encontrar de novo a João Paulo II, escutá-lo falar de novo, interpretar de novo seus gestos, ser de novo tomados por seu amor para a evangelização”, já perto da grande festa eclesiástica de sua beatificação no 1º de maio.
O Arcebispo Marini, atual Presidente do Pontifício Conselho para os Congressos Eucarísticos Internacionais, animou os leigos e sacerdotes a “construir a santidade respondendo à vocação que o Senhor lhes deu em sua vida com humildade, com simplicidade, como fez João Paulo II que dedicou toda sua vida a anunciar o Evangelho”.
“Conseguiu através do anúncio da Palavra, através da celebração da Eucaristia, dos Sacramentos, criar ao seu redor, em torno da figura do Papa, realmente a unidade da Igreja“, recordou.
Dom Marini explicou que a proximidade de Karol Wojtyla “ao povo santo de Deus”, foi o sinal emblemático de todo seu Pontificado, “aproximar-se às pessoas, aproximar-se das comunidades, inclusive às mais pequeninas, ver todos os pobres que quase queriam debruçar-se sobre ele…recordava as cenas evangélicas”.
O Prelado deseja que tanto crentes, como não crentes “considerem João Paulo II “um amigo, o queria ser amigo de todos”, para “encontrá-lo de novo, voltar a escutar suas palavras, voltar a ver seus gestos e poder entender, até o último ponto, seu modo de atuar a favor da Igreja”.

sábado, 19 de março de 2011

SANTO ANTÔNIO




Santo Antônio é o Santo mais popular do Brasil e, também, é conhecido por ser o Padroeiro dos pobres, Santo casamenteiro, sempre sendo invocado para se achar objetos perdidos. 

A VIDA DE SANTO ANTÔNIO

Fernando de Bulhões (verdadeiro nome de Santo Antônio), nasceu em Lisboa em 15 de agosto de 1195, numa família de posses. Aos 15 anos entrou para um convento agostiniano, primeiro em Lisboa e depois em Coimbra, onde provavelmente se ordenou. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália. Indicado professor de teologia pelo próprio são Francisco de Assis, lecionou nas universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier, Puy-en-Velay e Pádua, adquirindo grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Ficaram célebres os sermões que proferiu em Forli, Provença, Languedoc e Paris. Em todos esses lugares suas prédicas encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade. 
A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, perto de Pádua, onde escreveu uma série de sermões para domingos e dias santificados, alguns dos quais seriam reunidos e publicados entre 1895 e 1913. Dentro da Ordem Franciscana, Antônio liderou um grupo que se insurgiu contra os abrandamentos introduzidos na regra pelo superior Elias. 
Após uma crise de hidropisia (Acúmulo patológico de líquido seroso no tecido celular ou em cavidades do corpo). Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses depois de sua morte) pelo papa Gregório IX. 
A profundidade dos textos doutrinários de santo Antônio fez com que em 1946 o papa Pio XII o declarasse doutor da igreja. No entanto, o monge franciscano conhecido como santo Antônio de Pádua ou de Lisboa tem sido, ao longo dos séculos, objeto de grande devoção popular. 
Sua veneração é muito difundida nos países latinos, principalmente em Portugal e no Brasil. Padroeiro dos pobres e casamenteiro, é invocado também para o encontro de objetos perdidos. Sobre seu túmulo, em Pádua, foi construída a basílica a ele dedicada. 


RESPONSÓRIO DE SANTO ANTÔNIO 

Se milagres desejais, 
Recorrei a Santo Antônio; 
Vereis fugir o demônio 
E as tentações infernais. 
Recupera-se o perdido, 
Rompe-se a dura prisão 
E no auge do furacão 
Cede o mar embravecido. 
Todos os males humanos 
Se moderam, se retiram, 
Digam-no aqueles que o viram, 
E digam-no os paduanos. 
Repete-se: - Recupera-se o perdido... 
Pela sua intercessão 
Foge a peste, o erro, a morte, 
O fraco torna-se forte 
E torna-se o enfermo são. 
Repete-se: - Recupera-se o perdido... 
Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo 
Repete-se: - Recupera-se o perdido... 
V: Rogai por nós, bem-aventurado Antônio. 
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 


CINCO MINUTOS DIANTE DE SANTO ANTÔNIO 
Há quanto tempo te esperava, ó alma devota, pois bem conheço as graças de que necessitas e que queres que eu peça ao Senhor. 
Estou disposto a fazer tudo por ti; mas, filho, dize-me uma a uma todas as tuas necessidades, pois desejo ser o intermediário entre tua alma e Deus com o fim de suavizar teus males. Sinto a aflição de teu coração e quero unir-me às tuas amarguras. 
Desejas o meu auxílio no teu negócio..., queres a minha proteção para restituir a paz na tua família..., tens desejo de conseguir algum emprego..., queres ajudar alguns pobres..., alguma pessoa necessitada..., desejas que cesse alguma tribulação..., queres a tua saúde ou a de alguém a quem muito estimas? Coragem, que tudo obterás. 
Agradam-me, também, as almas sinceras que tomam sobre si as dores alheias, como se fossem próprias. Mas, eu bem vejo como desejas aquela graça que há tanto tempo me pedes. 
Tem fé que não tardará a hora em que hás de obtê-la. 
Uma coisa, porem, desejo de ti. Quero que sejas mais assíduo ao Santíssimo Sacramento; mais devoto para com a nossa Mãe, Maria Santíssima; quero que propagues a minha devoção e ajudes meus pobres. Oh! Quanto isso me agrada ao coração! Não sei negar nenhuma graça àqueles que socorrem os outros por meu amor, e bem sabes quantos favores são obtidos por esse meio. 
Quantos, com viva fé, têm recorrido a mim com o pão dos pobres na mão e são atendidos! Invocam-me para ter êxito feliz em um negócio, para achar um objeto perdido, para obter a saúde de uma pessoa enferma, para conseguir a conversão de alguém afastado de Deus, e eu, por amor dos meus pobres cuja miséria está a meu cargo, obtenho de Deus tudo o que pedem e ainda muito mais. 
Temes que eu não faca outro tanto por ti? Não penses nisso porque prezo muito as prerrogativas concedidas por Deus de ser – o santo dos milagres. 
Muitos outros, como tu, têm precisado de mim e temem pedir-me, pensando que me importunam. 
Leio tudo no fundo do coração e a tudo darei remédio; hei de obter as graças; não temas. 
Agora, volta às tuas ocupações e não te esqueças do que te recomendei; vem sempre procurar-me, porque eu te espero; tuas visitas me hão de ser sempre agradáveis, porque amigo afeiçoado como eu não acharás. 
Deixo-te no coração sagrado de Jesus e, também, no de Maria e no de São José. 
Reze em seguida: 1 Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai. 


Beatificação de João Paulo II

Nota pastoral da CEP: beatificação de João Paulo II
ROMA, terça-feira, 15 de março de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos a Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa por ocasião da Beatificação do Papa João Paulo II. O texto foi divulgado nesta terça-feira pelo organismo episcopal.
* * * 
1.    Os santos actualizam o Evangelho
No próximo dia 1 de Maio, a Igreja vai beatificar o Papa João Paulo II. A beatificação de alguém é a celebração agradecida pela vida e testemunho cristãos de um homem ou de uma mulher, proclamando a sua virtude e oficializando o seu culto público. Reconhecido o seu alto grau de santidade, isto é, provadas as suas «virtudes heróicas» e confirmadas por um milagre, a pessoa beatificada é proposta à veneração dos crentes como modelo, estímulo e intercessora junto de Deus.
Só Deus é verdadeiramente Santo. Mas todos os baptizados tornam-se «santos», como com toda naturalidade lhes chama S. Paulo nas suas cartas, por participação na vida e santidade de Cristo. No amor e na fidelidade ao Espírito Santo e à missão recebida da Igreja, a santidade original reflecte-se na santidade de carácter moral, que é um caminho feito de entrega e aperfeiçoamento espiritual no serviço de Deus e do próximo. É essa santidade que a Igreja, tantas vezes ao longo dos séculos, propõe aos contemporâneos e vindouros, como testemunho de qualidade humana e desafio de crescimento, como nos recorda o Concílio Vaticano II: «Todos os cristãos são chamados à santidade e obrigados a tender à perfeição do próprio estado de vida» (LG, 42). O viver cristão é um caminho de perfeição, que leva à felicidade verdadeira.
Cada santo, a seu modo e no seu tempo, distingue‑se pelo grau elevado da sua comunhão pessoal com Cristo, que se revela sempre de um modo único e diferente, conforme os carismas e caminhos próprios com que respondeu à graça e aos sinais dos tempos.
Ao beatificar João Paulo II, a Igreja está a sublinhar certos traços de uma santidade particular, considerando que não só merece ser conhecida e admirada, como pode ser luz que guia e estimula a prosseguir nos caminhos da conversão ao amor de Deus e do serviço aos homens e mulheres dos nossos dias.
2.    Santidade: graça e liberdade em diálogo
Todos os santos foram pessoas que se tornaram notáveis sinais da presença de Deus, pela forma como responderam aos desafios da sua época. Esses nossos contemporâneos são muitas vezes gente comum e nem sempre são logo reconhecidos como quem está reflectindo o amor de Deus. Há, certamente, inumeráveis «santos desconhecidos», fora dos catálogos oficiais. Mas, quando conhecidos, logo nos apercebemos que as suas vidas adquiriram tal elevação que podem inspirar, de modo universal, os ideais cristãos de transformação do mundo em Reino de Deus, seja qual for o tempo e a geografia.
A santidade é fruto da relação entre a Graça de Deus e a Liberdade humana. Esse diálogo, cheio de mistério e de comunhão, exige sempre mais despojamento do próprio «eu», aumentando o ânimo para agir. É próprio do amor, dado e recebido, libertar a liberdade. A pessoa assim tocada nas suas actividades e passividades revela como o amor de Deus continua actuante e actual, vindo através dela, frágil instrumento, ao encontro das alegrias e tristezas de todos os que procuram a luz, a paz e o sentido da existência.
O santo é um pecador de tal modo agraciado e libertado que se tornou para o mundo um sinal de esperança e revelação de um Deus vivo com quem se pode contar, porque Ele conta connosco.
A vida do Papa João Paulo II é, sem dúvida, um desses sinais irradiantes de esperança.
3.    Traços da santidade de João Paulo II
Entre tantas qualidades e virtudes, apontamos quatro grandes traços da personalidade e da missão do Papa João Paulo II, indicando como nele se actualizou o Evangelho de Jesus Cristo.
3.1. Homem de intensa vida interior que se comunica
Quem não se lembra do modo intenso e profundo como celebrava a Eucaristia, como se recolhia longamente em oração, onde quer que chegasse, e a devoção com que falava espontaneamente de Cristo e de Nossa Senhora?
Ao mesmo tempo, manifestava uma invulgar capacidade de comunicação pessoal, tanto diante das multidões, como em particular, atraindo magneticamente tantos jovens, entre os quais muitos que se afirmavam estar distantes da Igreja.
A 14 de Maio de 1982, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, João Paulo II assim se dirigia aos jovens: «É sabido como sois sensíveis à tensão entre o bem e o mal que existe no mundo e em vós próprios… Contudo, caros jovens, para além destas tensões, possuís uma aptidão quase conatural para evangelizar. Porque a evangelização não se faz sem entusiasmo juvenil… sem alegria, esperança, transparência, audácia, criatividade, idealismo… Sim, a vossa sensibilidade e a vossa generosidade espontânea, a tendência para tudo o que é belo, tornam cada um de vós um aliado natural de Cristo… Só em Cristo encontrareis resposta aos próprios problemas e inquietações. E sabeis porquê: ele foi o homem que mais amou». E, no dia seguinte ao chegar a Coimbra, não hesitou em pôr aos ombros a capa preta que um estudante lhe ofereceu e, no pátio da Universidade, gritou à multidão: «Olá, malta! O Papa conta convosco! Melhor, Cristo conta convosco!».
 3.2. Profeta de audazes intervenções em nome da justiça e da paz
Nas primeiras palavras que disse ao povo reunido na Praça de S. Pedro, logo depois de ser eleito Papa, assim nos exortou: «Não tenhais medo!». E ele foi um homem sem medo, ao enfrentar muitas e difíceis situações políticas, sociais e morais, intervindo desassombradamente. Foi um homem corajosamente sem medo em relação às políticas internacionais, nomeadamente do Leste europeu. Não restam dúvidas acerca do seu papel na queda de regimes comunistas totalitários, na promoção dos direitos humanos e na defesa da vida e dos valores morais. Apontando sempre caminhos de reconciliação e paz, viajou por todo o mundo, correndo todos os riscos, na actualização da missão de Jesus Cristo, em incansáveis acções de nova evangelização.
3.3.   Servidor do amor e ternura pelos mais fracos e do perdão aos inimigos
João Paulo II manifestou sempre uma particular atenção e carinho para com as crianças, os mais pobres e frágeis. Era comovente quando, cheio de alegria e seriedade, ultrapassava o protocolo e tocava nas crianças e doentes. Mas deve sublinhar‑se aqui o gesto mais audazmente evangélico: a visita ao seu próprio agressor, na prisão, e a longa conversa que manteve com ele, num gesto ousado de perdão, repleto da compaixão de Deus amor.
 3.4.  Testemunha da alegria na saúde e na doença, com máximo respeito pela vida
Por fim, destacamos o modo humilde e sereno como encarou a sua doença, a aceitação da sua imagem desfigurada, e a própria incapacidade de falar, sem vergonha de apresentar a sua verdade publicamente, solidário com todos os que sofrem.
Lutou até ao fim sem desistir de estar presente para comunicar a fé, a certeza do amor de Deus, em todas as circunstâncias, mesmo naquelas que o mundo já não quer ver ou a que retirou a dignidade. Todas estas limitações são aceites por um homem com um passado em que cultivou a arte e o desporto, com saúde robusta e temperamento forte. Mesmo já gravemente doente e na despedida deste mundo, deu-nos eloquentes lições, como mestre e pastor até ao fim.
 4.    A santidade ao alcance de todos
O Papa, que agora vai ser beatificado, assim nos exortava numa Carta apostólica à entrada do novo milénio: «Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um. Agradeço ao Senhor por me ter concedido, nestes anos, beatificar e canonizar muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da vida. É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta “medida alta” da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direcção» (NMI, 31). A santidade não está reservada a um grupo restrito de génios e heróis da virtude. Com a graça de Deus, está ao alcance de todos dar alta qualidade de amor à vida comum.
A beatificação do Papa João Paulo II é um chamamento e uma oferta que a Igreja faz a todos os homens e mulheres de boa vontade. Somos convidados a dar graças a Deus pela vida e acção deste Papa, por todo o bem e estímulo que nos continua a transmitir pelo seu exemplo e intercessão.
Somos também convidados a agradecer e a acolher a bondade de Deus que, mais uma vez, se revela atento às nossas necessidades e alegrias, tristezas e esperanças, suscitando sempre, no momento certo, pessoas disponíveis a apontar, de forma renovada, Jesus Cristo, caminho seguro, verdade luminosa e vida abundante.
5.    Celebração nacional em Fátima
Para além das iniciativas que as diversas comunidades cristãs acharem por bem promover, os Bispos portugueses convidam os fiéis a associar‑se à comemoração, a nível nacional, da Beatificação do Papa João Paulo II, que terá lugar em Fátima, no próximo dia 13 de Maio.
João Paulo II cultivou uma devoção autenticamente cristã a Nossa Senhora, tornando vida a sua divisa episcopal: «Totus tuus. Todo teu. Tudo o que tenho vos pertence. Sois todo o meu bem. Dai‑me o vosso coração». É considerado o Papa de Fátima, que um ano depois do atentado na Praça de S. Pedro, em Roma, a 13 de Maio de 1981, veio à Cova da Iria agradecer à Rainha da Paz o ter providencialmente sobrevivido.
Que Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja, nos inspire a progredir nos caminhos da santidade, a que Deus nos chama na vida comum do nosso quotidiano.
Fátima, 14 de Março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

Tempo de oração

Artigo de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 18 de março de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos artigo do arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, divulgado nessa quinta-feira à imprensa, intitulado ‘Tempo de oração’.

* * * Uma das práticas pedidas para realizarmos na Quaresma é a oração. Escutamos isso desde a Quarta-feira de Cinzas. Entramos neste tempo de deserto para o encontro com o Senhor, para aprender a não cair na tentação e buscar uma vida de verdadeira conversão. Somos convidados por Jesus a experimentar a delicadeza do silêncio, a buscá-Lo pela oração.

Necessitamos de orar sem cessar. Somos chamados a viver uma vida de oração. O tempo da Quaresma, portanto, quer nos ajudar a reavivar a nossa vida orante, retomando a nossa iniciação cristã, que supõe também a iniciação à oração. Como estamos neste tempo de reavivar o dom da vida cristã, da vida batismal, supõe-se também retomar com mais afinco a vida de oração.

Somente quem faz o salutar silêncio conseguirá ouvir a voz de Deus, ouvir o que o Senhor tem a falar a cada um de nós, buscando os dons do Santo Espírito para discernir sobre o que é fundamental na nossa intimidade com o Ressuscitado, que está presente no meio de nós.

Os quarenta dias dedicados à incessante oração, ao jejum, à penitência, à esmola, a uma boa confissão sacramental, a viver refletindo os acontecimentos da salvação na via-sacra e a nossa responsabilidade social com a Campanha da Fraternidade, conhecido como tempo quaresmal, é um tempo favorável de conversão, entendida principalmente como uma mudança de mente e coração, não se centrando nas coisas do mundo tal como se apresentam, mas na presença de Deus no mundo. Por isso, estar em retiro, rezar nestes dias quaresmais é se colocar no silêncio da presença do Senhor. Nesse sentido, não percamos o zelo, a alegria de ser chamados pelo Senhor. Deixemos que nossa juventude espiritual se renove para preservar a alegria de caminhar com Cristo até o fim, de chegar até o fim da corrida, sempre com o entusiasmo de ser chamados por Cristo para este grande serviço de viver e de anunciar o Evangelho da Salvação.

Neste tempo de deserto, de oração, de silêncio e de recolhimento devemos estar atentos à nossa vida espiritual, ao nosso ser com Cristo. Nesse sentido, somos convidados incessantemente a orar e meditar sobre a Palavra de Deus. Nessa época de utilitarismo, passar um tempo em silêncio e meditação não é tempo perdido, ao contrário, é um tempo de saborear a presença de Deus pela meditação da Palavra, que nos levará a aprofundar a nossa vida cristã, e com isso faremos uma inserção maior e mais proveitosa na vida em Cristo. Assim, estaremos ouvindo a voz da Igreja que nos chama à conversão e, consequentemente, à missão.

Estar com Cristo é tomar consciência da importância da oração na sua vida para aprender a dedicar-se com generosidade ao Serviço de Deus. Assim, para chegar à intimidade e ao Serviço do Senhor precisamos do silêncio de todo o próprio ser, o que requer zonas de silêncio efetivo e disciplina pessoal, que favoreçam o contato com Deus. No catecismo da Igreja, uma parte é dedicada justamente à iniciação à oração. Sabemos como necessitamos dessa respiração, que é rezar! Essa dimensão orante faz parte de nossa iniciação cristã!

Nossa vida, neste tempo favorável de penitência e de conversão, deve ser um oásis de oração e de recolhimento. Uma maneira de ouvir a voz de Deus é a recitação diária do Rosário, prece eficaz que propõe à nossa meditação os mistérios da vida do Senhor Jesus.

Mesmo que tenhamos que trabalhar nas mais variadas atividades, sempre devemos aproveitar neste tempo santo o silêncio de nosso labor, para que, fazendo um bom exame de consciência, trilhemos o itinerário da conversão e da mudança radical de vida.

Assim, nossa oração e nosso retiro quaresmal produzirão frutos abundantes, oferecendo os auxílios oportunos para realizarem tudo o que o Senhor espera de cada um de nós, para bem da inteira Comunidade cristã.

Rezemos, assim, por todos os que sofrem as privações dos desastres naturais, particularmente nas intenções do povo japonês que, além da nossa oração, necessita do nosso gesto concreto de solidariedade e de partilha.

Que, matriculados na escola de Jesus, aprendamos a vencer as tentações do ser, do poder, do orgulho, da autossuficiência. Eis o tempo favorável, eis o dia da Salvação! Aproximemo-nos do Senhor e, consequentemente, estaremos mais próximos de nossos irmãos.

terça-feira, 15 de março de 2011

“O sentido do pecado se adquire redescobrindo o sentido de Deus”, afirmou o Papa

VATICANO, 13 Mar. 11 / 01:57 pm (ACI)
Não obstante a fria e nublada manhã, milhares de fiéis e peregrinos chegados de todas partes do mundo se reuniram na Praça de São Pedro para rezar o Ângelus dominical com o Papa Bento XVI, quem afirmou que não existe escravidão mais grave e mais profunda que a escravidão do pecado.
O Papa iniciou sua meditação recordando a todos o significado da Quaresma: “Tempo litúrgico de quarenta dias que constituem um itinerário espiritual de preparação para a Páscoa. Trata-se de seguir a Jesus que nos dirige decididamente para a Cruz, cume de sua missão de salvação”.
“Por que a Quaresma? Por que a Cruz?” – perguntou o Papa. “A resposta, em termos radicais, é esta: porque existe o mal, aliás, o pecado, que segundo as Escrituras é a causa profunda de todo mal, porém a palavra pecado não é aceita por muitos, porque pressupõe uma visão religiosa do mundo e do homem” – disse Bento XVI.
“Deus não suporta o mal, porque é Amor, Justiça e Fidelidade e por isso não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva. Para salvar a humanidade, Deus intervém e nós vemos isso em toda a história do povo judeu, a partir da libertação do Egito. Deus está determinado a libertar os seus filhos da escravidão para conduzi-los à liberdade. A escravidão maior e mais profunda é a do pecado. Por isso, Deus mandou seu Filho ao mundo, para libertar os homens do domínio de satanás, origem e causa de todo pecado”, afirmou.
O Santo Padre foi muito claro em afirmar que “o sentido do pecado -muito diferente do ‘sentimento de culpa’ como é entendido pela psicologia- adquire-se redescobrindo o sentido de Deus”; em efeito “frente ao mal moral, a posição de Deus é a de opor-se ao pecado e salvar o pecador. Deus não suporta o mal, porque é Amor, Justiça e Fidelidade e por isso não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva”.
“Para salvar a humanidade, Deus intervém: vemo-lo em toda a história do povo hebreu, da liberação do Egito. Deus está determinado a liberar seus filhos da escravidão para conduzi-los à liberdade. E a escravidão mais grave e mais profunda é justamente aquela do pecado”, acrescentou.
Neste contexto o Pontífice explicou o sentido da vinda de Cristo ao mundo: “para liberar os homens do domínio de Satanás, ‘origem e causa de tudo pecado’. Enviou-o em nossa carne mortal para que fosse vítima de expiação, morrendo por nós na cruz. Contra esse plano de salvação definitivo e universal, o diabo se opôs com todas as suas forças, como mostra o Evangelho que nos fala sobre as tentações de Jesus no deserto, proclamado todos os anos no I Domingo da Quaresma”.
“Entrar neste Tempo Litúrgico -continuou- significa ficar sempre da parte de Cristo contra o pecado, enfrentar o combate espiritual contra o espírito do mal. Invoquemos por isso a maternal ajuda de Maria Santíssima para o caminho quaresmal que começou recentemente, para que seja rico de frutos de conversão”, concluiu o Pontífice.

Perigo e violência

“O maior perigo de tanta  violência do mundo atual é que nos façamos insensíveis e indiferentes” (D. Oscar Romero)

Pior que o ódio é a passividade e a indiferença com que pessoas instruídas e conhecedoras dos valores diminuem e zombam dos fracos e pequenos deste mundo. São os pobres de coração os preferidos de Deus, os bem-aventurados (cf. Mt 5, 3) que Jesus enaltece no célebre Sermão da Montanha. Os bem-aventurados são aqueles (as) que não se conformam com a violência, o ódio, a guerra, a fome, a dor, a morte... Os bem-aventurados querem trazer o céu para a terra, por isso, já o antecipa neste mundo.
Dom Oscar Romero foi assassinado em El salvador por militares quando celebrabra a eucaristia. Ele conclamou os saldados a não obedecerem ordem dos seus superiores e a não matarem seus irmãos. Isso deixaram-nos irritados.

Aqui em Goiás, bandidos de fardas, mataram muitos em dez anos, e muitos desaparcidos, inclusive crianças depois de abordagem policial. Muitos estão presos, mas há quem os defenda. Que pena!!! Cadeia neles!! "Anatema", pecado. dor para muitas familias.  

A indiferença e insensibilidade precisam dar lugar ao amor, à misericórdia, à capacidade de ver e perceber Jesus nos olhos dos sofredores, dos desvalidos, dos pobres... Eles são os preferidos de Deus, pois aqui na terra sofrem toda forma de sofrimento, mas jamais perdem a esperança no reinado de Deus. Procure, pois viver e praticar o amor e a misericórdia: são o caminho da transformação do mundo! Violência, só gera violência e destruição.

Tenha uma excelente e abençoada semana!
Pe. Carlos, missionário redentorista.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Evangelho do dia

Mateus 9,14-15        

11 de março de 2011

Alguém perguntou certa vez a Jesus: porque os teus discípulos não jejuam, enquanto jejuam os discípulos de João Batista e dos fariseus? Esta pergunta poderia ser feita a nós, no início desta quaresma. Na verdade, a Igreja foi gradualmente eliminando a lei do jejum. Esta obrigação praticamente não existe mais, subsistindo apenas em dois dias por ano: quarta-feira de cinzas, que já passou, e sexta-feira Santa. No entanto, não existe lei e, sobretudo dispensa canônica, que nos dispense efetivamente de irmos a Deus por inteiro, isto é, não apenas com o nosso espírito, mas com o nosso corpo também.
O corpo, na verdade, nada mais é do que a maneira de exprimir-se do próprio espírito. Quem é cristão deve sê-lo não apenas espiritualmente, não apenas teoricamente, não apenas em suas idéias, mas na verdade de seu ser completo; em seu corpo também. Jejuar, diminuir o ritmo da alimentação, manter durante algum tempo um estômago semi vazio; em primeiro lugar auxilia enormemente a própria prática da oração. Em segundo lugar, quem jejua com relação a alimentos, mas também com relação a diversões que o mundo oferece, imagens de televisão, cinemas, filmes, distrações; quem jejua com a própria língua, diminuindo um pouco o volume de suas conversas, este vai a Deus com seu corpo também. Este, ao jejuar, ensina a si mesmo, didaticamente, que este mundo não o faz feliz de maneira acabada e plena.
Quem é capaz de dizer não a um determinado alimento, a uma determinada bebida, a uma determinada diversão, a um determinado passa-tempo, a uma determinada conversa inútil, para dedicar-se mais a Deus, fala com a verdade do próprio ser, que não é apenas um espírito mas um espírito encarnado, que este mundo não é capaz de realizá-lo definitivamente. Quem não faz isto, de certa maneira ilude-se porque, ao mesmo tempo em que diz, teoricamente, com a mente, eu sou de Cristo, na verdade corpórea de seu ser, enche-se com tudo aquilo que o mundo atualmente pode oferecer e não deixa, de maneira concreta também, espaço para Deus. Não existe lei canônica que nos dispense de ir a Deus não só com nosso espírito, não só com nossa mente, mas também com a verdade corpórea que vivemos.

Quaresma

TEMPO DA QUARESMA
O termo quaresma deriva do latim "quadragesima dies", ou seja, quadragésimo dia.

É o período que dura 40 dias: começa na quarta-feira de cinzas e termina na missa "in Coena Domini", sem inclui-la; somente o 6º domingo, que dá início à semana santa, é chamado "Domingo de Ramos, de passione Domini".

Desse modo, reduzindo o tempo "de passione" aos quatro dias que precedem a Páscoa, a semana santa conclui a quaresma e tem como finalidade a veneração da paixão de Cristo a partir de seu ingresso messiânico em Jerusalém.

A quaresma é tempo de sinceridade conosco mesmos, de penitência em que se defende a libertação interior do que nos afasta da obediência a Deus e da caridade para com os irmãos.

A Igreja itinerante é convidada a quarenta dias de purificação, de disciplina interior, de meditação da Palavra e de oração incessante para crescer na imitação d'Aquele que, no deserto, se fez penitente por nós durante 40 dias, em obediência ao simbolismo bíblico; foi tentado por satanás, mas rejeitou com rigorosa firmeza toda tentação para afirmar sua filiação divina.

As obras penitenciais dos fiéis assumem significado somente se forem sinal de participação nesse mistério de Cristo.


A Quaresma é um tempo de penitência, de amor, de caridade.
Vamos viver bem estes quarenta dias que antecedem a
Semana Santa e a maior festa da Igreja católica que é a Páscoa,
quando Jesus Cristo se entregou à morte por amor, para que nos
libertássemos do pecado e pudéssemos um dia ganhar
a vida eterna no céu.

Quarta feira de Cinzas

Significado das cinzas



Mons. Arnaldo Beltrami

Desde a antiguidade, existe o costume de cobrir a cabeça com cinzas, para expressar a submissão a Deus e a decisão de mudar de vida.

Foi assim que Davi se cobriu com cinzas para pedir perdão de seu adultério e mudar de vida.

Foi assim que os Ninivitas se cobriram com cinzas para mostrar sua mudança de vida, após os 40 dias de pregação de Jonas.

Foi assim que a Igreja exigia que os penitentes públicos – que tinham cometido homicídio, um pecado público – passassem os 40 dias da Quaresma, cobertos de cinzas, nas portas das igrejas.

A Quarta-Feira de Cinzas existe desde o século 8º, com imposição das cinzas na cabeça do cristão, para que se reconheça limitado, fraco e imperfeito, convertendo seu comportamento para Deus e mudando sua vida.

Estas ‘cinzas’ são resultado dos ramos secos, usados no Domingo de Ramos do ano passado, que foram guardados e agora incinerados.

Os ramos passam pelo fogo purificador do sofrimento, do aniquilamento do egoísmo e orgulho.

Essa passagem pelo fogo é Páscoa, mudança de vida e transformação de comportamento.

Assim aqueles ramos ‘vitoriosos’, que simbolizaram a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, iniciando o caminho da cruz para o calvário, estão reduzidos a cinzas.

Essas cinzas lembram que Deus se reduziu à morte de cruz, para nos dar a vida eterna, a libertação da morte.

As cinzas significam também, que devemos tomar consciência de nossos limites para motivar a mudança e a purificação de nossa vida.

A imposição das cinzas em nossa cabeça significa, ainda, que a comunidade quer nos proteger, nos cobrir de energia e nos dar todas as forças e bênçãos de Deus.

Por isso, o rito das cinzas não pode ser para o povo uma cerimônia vazia ou de caráter mágico.

Esse rito quer colocar a pessoa humana em seu verdadeiro lugar diante de Deus, dos outros e da natureza.

O rito das cinzas quer nos deixar com o coração purificado, com a cabeça despojada e desprendida, e com a vontade disposta e decidida.

O tempo, como o fogo, reduz a cinzas nossa vida exuberante.

Tudo o que tem vida, com o tempo, envelhece, enfraquece, enruga, murcha, se torna pó.
O grão, colocado na terra, morre para frutificar.
A mortificação dos sentidos para fortalecer o espírito e o despoja-se da ambição para se voltar aos irmãos e a Deus, é o sentido das Cinzas hoje.

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