segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Formação Litúrgica para o Povo de Deus

Retoma-se a coluna "Espírito da Liturgia
Pe. Mauro Gagliardi*

ROMA, domingo, 16 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - Com
esta nova colaboração sobre a formação litúrgica do Povo de Deus,
retomamos a coluna "Espírito da Liturgia", dirigida pelo Pe. Mauro Gagliardi.
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Foi publicada, no dia 18 de outubro, a Carta aos Seminaristas, de Bento XVI,para concluir o Ano Sacerdotal. No nº 1, o Papa exorta recordando que, "quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um ‘homem de Deus'", e isso significa especificamente que "o sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus" (nº 1).

No ensinamento do Papa Bento XVI, a oração é um "lugar" privilegiado de aprendizagem do estilo de vida cristão. Por exemplo, na encíclica Spe Salvi, o Santo Padre apresentou a oração como um dos principais "lugares" de aprendizagem e prática da esperança cristã (cf. nn. 32-34). Também na Carta aos Seminaristas, é considerada como a maneira concreta pela qual o candidato ao sacerdócio aprende a estar em íntima e contínua comunhão com o Senhor: "Quando o Senhor fala de ‘orar sempre', naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contato interior com Deus. Exercitar-se neste contato é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida" (nº1).
Em um trecho posterior, Bento XVI recorda que a oração, em seu estado perfeito, é o culto público da Igreja, ou seja, a sagrada liturgia e, de forma privilegiada, a Santa Missa, sobre a qual o Papa afirma: "Para uma reta Celebração Eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram
rezando" (nº 2).
 
A liturgia é realmente compreendida quando entramos na Tradição viva da Igreja, que recebemos como dom a ser preservado e vivido em espírito de fé e de oração. Este é, portanto, o espírito justo para celebrar e participar da liturgia. Não se trata de produzir emoções superficiais e fugazes, por meio de invenções particulares para entrar no rito, porque o verdadeiro "espírito da liturgia" é o espírito de oração adorante, de quem está "diante de Deus para servi-lo" (cf. Missal Romano [Paulo VI], "Oração Eucarística II").
 
O Santo Padre afirma, com base em sua experiência pessoal, que é entusiasmante aprender a compreender a liturgia com este sentido eclesial e dinâmico da verdadeira Tradição. Para isso, é necessária a formação litúrgica, que ilumina as trevas da ignorância e derruba os bastiões da ideologia, ajudando a compreender o sentido sagrado do culto divino e sua relação com toda a história da fé, que a Igreja cuida e professa em seus próprios filhos: cabeça e membros, pastor e rebanho.
 
A formação litúrgica não é, nem pode ser, uma forma renovada de iniciação gnóstica, um saber reservado a poucos. A formação litúrgica, embora baseada na seriedade de um estudo científico que não é para todos, deve traduzir-se de forma acessível para todos os fiéis a quem é dirigida.
 
Às muitas e louváveis iniciativas, no âmbito universal e local, dirigidas a cuidar da formação litúrgica do povo de Deus, acrescenta-se o nosso "Espírito da Liturgia", que abre hoje seu terceiro ano de publicação. Acolhendo muitos pedidos, decidimos experimentar, a partir deste ano, um maior corte
informativo, como se notará na maior brevidade dos artigos e no número posteriormente reduzido de referências e notas. Esta escolha sacrifica, por um lado, o justo desejo dos escritores de dar mais detalhes e referências sobre as questões tratadas, mas esperamos que possa incentivar, por outro lado, uma difusão mais ampla das nossas reflexões, para chegar a um maior número de leitores. A eles se dirige, desde já, a gratidão dos autores do "Espírito da Liturgia", pela fidelidade e atenção com que nos acompanharam ao longo dos últimos dois anos e com que acreditamos que desejarão continuar a leitura.
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*O Pe. Mauro Gagliardi, doutor em
teologia e filosofia, é professor de teologia dogmática no Ateneu Pontifício
Regina Apostolorum, de Roma, e consultor do Ufficio delle Celebrazioni
Liturgiche do Sumo Pontífice.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Como foi o processo de beatificação de
João Paulo II


Os passos que permitiram o anúncio


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) – A causa de
beatificação de João Paulo II começou mais cedo que de costume, mas o seu
processo seguiu os passos normais previstos para qualquer causa, confirmou a
Santa Sé nessa sexta-feira.
Uma nota informativa da Congregação para as Causas dos Santos explica quais
foram os passos que permitirão elevar Karol Wojtyla aos altares no próximo 1º de
maio, domingo da Divina Misericórdia.

O anúncio foi feito depois que Bento XVI autorizou a promulgação do decreto
sobre o milagre atribuído à intercessão do venerável servo de Deus. Este ato
encerra a etapa precedente ao rito de beatificação.

O dicastério vaticano esclarece que "a causa, por dispensa pontifícia,
começou antes de passarem cinco anos da morte do servo de Deus, como é exigido
pela normativa vigente".

"Esta medida foi solicitada pela imponente fama de santidade que João Paulo
II teve em vida, na morte e depois da morte. No mais, todas as disposições
canônicas comuns das causas de beatificação e canonização foram observadas
integralmente".

"De junho de 2005 a abril de 2007, foi realizada a investigação diocesana
principal romana e as rogatoriais em várias dioceses, sobre a vida, as virtudes,
a fama de santidade e os milagres".

"A validade jurídica dos processos canônicos foi reconhecida pela Congregação
para as Causas dos Santos com o Decreto de 4 de maio de 2007".

"Em junho de 2009, examinada a Positio, nove consultores teólogos da
Congregação deram parecer positivo ao heroísmo das virtudes do servo de Deus. Em
novembro, seguindo o procedimento habitual, a mesma Positio foi submetida
ao juízo dos cardeais e bispos da Congregação para as Causas dos Santos, cuja
sentença foi afirmativa".

"Em 19 de dezembro de 2009, o Sumo Pontífice Bento XVI autorizou a
promulgação do decreto sobre a heroicidade das virtudes".

"Em vista da beatificação do venerável servo de Deus, a postulação da causa
apresentou para exame da Congregação para as Causas dos Santos a cura do "mal de
Parkinson" da irmã Marie Simon Pierre, religiosa das Irmãzinhas das Maternidades
Católicas (Cf. ZENIT, O milagre que permitirá a beatificação de João Paulo
II
).

"Como de praxe, as numerosas atas da investigação canônica, regularmente
instruída, junto com os detalhados exames médico-legais, foram submetidos ao
exame científico da Consulta Médica da Congregação para as Causas dos Santos, em
21 de outubro de 2010. Os peritos, depois de estudarem com a habitual minúcia os
testemunhos processuais e toda a documentação, concluíram que a cura era
cientificamente inexplicável".

"Os consultores teólogos, depois de revisadas as conclusões médicas,
iniciaram em 14 de dezembro de 2010 a ponderação teológica do caso. Reconheceram
por unanimidade a unicidade, a antecedência e a invocação coral dirigida ao
Servo de Deus João Paulo II, cuja intercessão tinha sido eficaz para a cura
milagrosa".

"Por último, em 11 de janeiro de 2011, ocorreu a sessão ordinária de cardeais
e bispos da Congregação para as Causas dos Santos, que emitiu um parecer unânime
e afirmativo, considerando milagrosa a cura da irmã Marie Simon Pierre, como
realizada por Deus de modo cientificamente inexplicável, depois de rogada a
intercessão do Papa João Paulo II, invocado com confiança tanto pela pessoa
curada como por muitos outros fiéis".


















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